Grupo TAP fez voo rasante em 2018. Do lucro a um prejuízo de 118 milhões de euros
O grupo TAP registou, em 2018, um prejuízo de 118 milhões de euros, valor que compara com um lucro de 21,2 milhões de euros registado no ano anterior, foi hoje anunciado.
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"Tivemos um prejuízo líquido consolidado de 118 milhões de euros [...]. Os resultados vão além do prejuízo, já que a empresa não causa impacto somente através do seu resultado financeiro", disse o presidente da Comissão Executiva da TAP, Antonoaldo Neves, que falava aos jornalistas, em Lisboa.
Por sua vez, a receita do grupo passou de 2.978 milhões de euros em 2017 para 3.251 milhões de euros em 2018, traduzindo-se num aumento de 273 milhões de euros, mais 9,1% face ao período homólogo.
"O ano de 2018 foi difícil para a TAP quer em termos operacionais, quer em termos económicos e financeiros, mas foi um ano que não comprometeu o nosso futuro. Um ano que nos permitiu continuar a criar raízes para que o plano estratégico possa ser implementado como previsto", indicou, por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho.
Os prejuízos da TAP ficam a dever-se, em larga medida, à contratação de pilotos e ao aumento do preço do combustível. Na apresentação de resultados da empresa, o administrador com o pelouro financeiro, Raffael Alves, explicou a subida dos custos com o abastecimento dos aviões: "32% a mais de preço no combustível significa 168 milhões de euros a mais de custo para a empresa, somente por conta do preço".
Raffael Alves explicou ainda outro factor que pesou nas contas de 2018: um investimento na contratação de muitos pilotos.
"Contratámos 252 pilotos, parte disso para acautelar aquela falta que existia no final de 2017, de 122 pilotos. A formação de um piloto demora algo entre seis meses e um ano e meio. Esses pilotos que foram contratados ao longo do ano passado alguns deles foram largados no final do ano passado e outros estão sendo largados agora. Por isso, é que a nossa performance em 2019 está a ser muito melhor do que nos anos anteriores."
Miguel Frasquilho, presidente não executivo da TAP, garante que estes prejuízos acontecem porque a transportadora decidiu manter em curso um plano de investimento cujo objetivo é garantir que no futuro não existam resultados negativos desta dimensão.
"Foi difícil, foi desafiante. Em termos de resultados, não correu como tinha sido previsto, por motivos exógenos e por motivos endógenos. Foi um ano em que a TAP não comprometeu o seu futuro. Pelo contrário, preparámos o futuro. A TAP optou por não crucificar a execição do seu plano estratégico, plano de transformação que está em curso desde 2016. Escolheu manter o conjunto de investimentos previstos e que ajudarão aque, em termos de resultados, 2018 não se repita."