Num comunicado publicado pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, o banco informou que recebeu seis propostas de aquisição da participação social detida pelo Estado no seu capital. A TSF sabe quem uma delas foi apresentada pelo Santander.
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Na nota do banco pode ler-se que as propostas vão agora ser "cuidadosamente analisadas" pela instituição e pelo Estado.
A TSF apurou que o Santander é um dos investidores interessados na aquisição dos 60,5% do capital detido pelo Estado. Entretanto, na edição online o Diário económico adianta que, para além do santander, o banco Popular e um fundo chinês terão também apresentado propostas.
O prazo para apresentação de propostas para a aquisição da participação social detida pelo Estado no seu capital terminou às 20:00 desta sexta-feira.
Também esta sexta-feira, o Banif anunciou a venda da unidade em Malta. Numa nota enviada ao regulador dos mercados bolsistas, o Banif anunciou que chegou a acordo para a venda do banco que tem em Malta (Banif Banca) por 18,4 milhões de euros.
O nome do comprador não foi revelado.
A concretização da venda ainda está sujeita a autorizações do Banco Central Europeu, da Direção Geral de Concorrência da Comissão Europeia, da Direção Geral de Concorrência de Malta e da Autoridade de Serviços Financeiros de Malta.
Esta transação vai ter um impacto positivo no rácio de solvabilidade do banco, refere a entidade liderada por Jorge Tomé.
O Banif está em processo de reestruturação desde 2012, sendo que no final desse ano o Estado injetou 1.100 milhões de euros no banco para o recapitalizar, 700 milhões de euros em capital e 400 milhões de euros em obrigações convertíveis em ações (as chamadas 'CoCo' bonds'), das quais falta devolver 125 milhões de euros.
Desde então o Banif começou a negociar com a Comissão Europeia o seu plano de reestruturação, que até hoje ainda não foi aprovado, mas que já era conhecido que incluía a saída das unidades que o banco tem fora de Portugal.
As unidades descontinuadas do grupo ainda para venda são o Banco Banif Brasil, o Banco Caboverdiano de Negócios e a Açoreana Seguros.
O Banif tem estado sob os holofotes mediáticos nos últimos dias, perante a confirmação da administração do banco de que estava "envolvido num processo formal e estruturado" com vista à venda a um investidor da posição do Estado, de cerca de 60%.
A imprensa tem avançado que os bancos espanhóis Santander e Popular e o fundo norte-americano Apollo estarão interessados no banco. O prazo para apresentação de propostas terminou às 20:00 desta sexta-feira.
As ações do Banif estão suspensas de negociação desde quinta-feira, por decisão da CMVM, que disse estar a aguardar a "prestação de informação relevante" sobre o processo de venda. Quando foram suspensos, os títulos estavam a valorizar 43% para 0,002 euros (0,2 cêntimos).
A Comissão Europeia - cuja Direção-Geral da Concorrência tem aberta já há algum tempo uma investigação às ajudas prestadas pelo Estado ao Banif - afirmou recentemente num documento que tem "as maiores dúvidas" de que o banco consiga devolver o dinheiro público.
O 'contrarrelógio' para encontrar rapidamente uma solução para o Banif está relacionado com a entrada em vigor, a 01 de janeiro de 2016, da nova legislação europeia sobre a liquidação e reestruturação de instituições bancárias, que impõe que obrigacionistas seniores e grandes depositantes (acima de 100 mil euros) paguem parte de uma eventual resolução.
O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje em Bruxelas ter "esperança" de que, ainda hoje, surjam propostas para o Banif que dispensem a necessidade de um Orçamento de Estado retificativo para 2015.