António Vitorino diz que o debate se deve centrar no terreno intermédio entre a manutenção e a saída de Portugal do euro. Já Ferro Rodrigues diz que escolheria a democracia sobre o euro.
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O socialista António Vitorino considerou, esta quinta-feira, que há muito caminho a fazer antes de eventual decisão drástica de saída de Portugal da moeda única.
«Não é possível colocar em termos dicotómicos, como as únicas alternativas existentes, a submissão acéfala a um regime de disciplina que vai reduzir a margem de definição dos Estados-membros a matérias de políticas públicas e a saída do euro», explicou.
Numa conferência no ISCTE, este ex-comissário europeu entende que é preciso «centrar o debate no terreno intermédio» entre estes dois caminhos e «saber que reformas e estratégias europeias é que podem e devem ser aplicadas».
Estas reformas devem «manter a Zona Euro e Portugal no Euro», bem como «permitir criar espaços acrescidos para as políticas públicas europeias e nacionais para responder aos anseios, aspirações e necessidades dos cidadãos europeus».
Por seu lado, Ferro Rodrigues espera que a questão da saída de Portugal da moeda única «nunca se coloque, mas não podemos estar no euro sentindo-nos como estando numa ratoeira».
«Se um dia tivermos de escolher entre o euro e a democracia, cá por mim escolho a democracia», sublinhou este ex-presidente do PS.