O secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, abandonou o cargo. A TSF confirmou que vai ser substituido por Artur Trindade, que tomará posse já esta terça-feira.
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Uma fonte do Governo disse à agência lusa que a saída de Henrique Gomes decorre de «motivos de índole pessoal e familiar». No entanto, o abandono poderá na verdade estar relacionado com pressões dos operadores do sector energético.
Henrique Gomes tinha em mãos um plano com potencial para incomodar muita gente. O objetivo, imposto pelo acordo assinado com a troika, é reduzir as rendas que o Estado paga aos produtores no sector energético e que o secretário de estado classificava como «excessivas».
Em meados de janeiro, Henrique Gomes chegou a garantir que o Governo ia apresentar, em fevereiro, um plano para reduzir os custos da eletricidade baixando preços para famílias e empresas. Esse plano teria de passar por forçar os produtores de eletricidade a renegociar contratos, que preveem as tais «rendas excessivas».
Ora aqui a palavra-chave é EDP. Aliás, no início do ano Henrique Gomes dizia, ao Jornal de Negócios, que «o Estado tem de impor o interesse público ao excessivo poder da EDP», mas no braço-de-ferro com a elétrica aparentemente cedeu o elo mais fraco.
Esta é a primeira "baixa" no XIX Governo Constitucional desde a tomada de posse a 21 de junho de 2011 e acontece no Ministério da Economia e do Emprego, tutelado por Álvaro Santos Pereira, um dos ministros que têm estado no centro da polémica sobre a tutela dos fundos comunitários.
O novo secretário de Estado, Artur Trindade, é actualmente representante da Associação Nacional de Municípios no conselho consultivo e tarifário da Entidade Reguladora do Sector Energético.
Ao final da noite, o Presidente da República aceitou a proposta do primeiro-ministro de nomear Artur Trindade para secretário de Estado da Energia, que tomará posse esta terça-feira às 15h30.
A TSF contactou a EDP. O gabinete de comunicação da empresa diz que não fará comentarios à saida de Henrique Gomes.