Henrique Granadeiro apresentou hoje a demissão ao Conselho de Administração da Portugal Telecom, confirmou uma fonte à TSF. Vai manter-se em funções até à Assembleia Geral da PT, que acontece em setembro.
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Henrique Granadeiro apresentou a renúncia a todos os cargos na Portugal Telecom (PT) e vai deixar de ser presidente do Conselho de Administração e presidente da Comissão Executiva da empresa.
«Com a aprovação pelo conselho de administração dos documentos a submeter à deliberação dos acionistas que asseguram esses objetivos, considero cumprido esse dever e por isso renunciei sem condições aos cargos que exercia na Portugal Telecom», refere Henrique Granadeiro, na carta de renúncia.
Garantindo ter ficado «surpreendido» com a situação de incumprimento generalizado por parte do BES para com a PT, Henrique Granadeiro diz que só não saiu antes para defender os interesses da fusão com a Oi.
Na carta de renúncia, Granadeiro escreve que quis apostar na «construção duma solução que melhor defendesse os interesses dos acionistas e relançasse o processo de integração da PT/Oi já na fase final».
O gestor garante que sempre agiu no melhor interesse da PT, dos seus colaboradores e acionistas, e que pretendeu «salvar o projeto de fusão e garantir as condições de igualdade na condução da futura empresa».
Na carta, Granadeiro faz notar que se demite depois de terem sido aprovados, pelo conselho de administração, «os documentos a submeter à deliberação dos acionistas que asseguram esses objetivos de igualdade».
Em causa, no caso da Rioforte, estão cerca de 900 milhões, o que corresponde a quase metade do valor pelo qual a PT foi avaliada no processo de fusão com Oi.
O gestor considera que defendeu até ao limite os interesses da empresa e que desenvolveu todas as diligências necessárias ao cumprimento pelo BES - e não apenas pela Rioforte - das obrigações e compromissos assumidos quer perante a PT quer perante a Oi.
Henrique Granadeiro acrescenta que se chegou a uma posição de acordo com o grupo Oi, que vai ser levado à assembleia geral de acionistas marcada para 8 de setembro.
O ex-administrador mostra-se agora convencido de que a auditoria externa que já foi ordenada pelo conselho de administração vai evidenciar os processos e as causas do incidente. «A auditoria vai demonstrar que sempre agi no melhor interesse da PT», escreve Granadeiro.
O gestor apresentou demissão um dia depois do ministro da Economia, António Pires de Lima, ter feito duras críticas à administração da PT, no âmbito do processo da crise do BES.