
Hillary Clinton
Reuters
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, apelou hoje à Europa para que chegue a acordo sobre a crise do euro e procure meios para promover o crescimento e o emprego, sublinhando que a economia mundial depende disso.
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Numa altura em que vai pela 38ª vez visitar a Europa, na qualidade de secretária de Estado, Clinton disse que Washington declarou diante dos membros da Brookings Institution, um grupo de reflexão, que os Estados Unidos contam com a Europa.
«A zona euro está a derrapar de novo para a recessão, à medida que são implementadas políticas de austeridade. Por isso, é vital para a economia mundial no seu conjunto que os dirigentes europeus adotem políticas que permitam também crescimento suficiente para criar emprego», disse Hillary Clinton.
Para a chefe da diplomacia norte-americana, «trata-se fundamentalmente de um problema europeu que requer soluções europeias», e, por isso, «os Estados Unidos não podem e não devem tentar propor uma resposta ou uma abordagem».
Hillary Clinton, que vai estar na próxima semana em Praga, Bruxelas e Dublin, sublinhou ainda a importância de ter uma economia norte-americana de boa saúde.
«Há de facto muitas coisas em todo o mundo que dependem da força da nossa economia: fornecer os meios de defesa, investir nos mercados emergentes ou oferecer ajudas para o desenvolvimento. E não pode haver maior ameaça para a nossa segurança e para a nossa parceria transatlântica do que uma economia fraca num ou nos dois lados do Atlântico», defendeu a diplomata.
«Se queremos reforçar as nossas ligações comerciais, cada um de nós deve construir fundações sólidas. Para os Estados Unidos, isso implica fazer escolhas políticas difíceis: é preciso investir na nossa competitividade e é preciso regular os nossos problemas orçamentais», acrescentou ainda.
Pela segunda vez em três anos, a zona euro entrou em recessão no terceiro trimestre, numa altura em que a contestação contra a austeridade aumenta nas ruas de várias cidades europeias sobretudo nos países do Sul. Os manifestantes consideram que estas políticas são responsáveis pelo agravamento da crise.