Enquanto os representantes dos hipermercados falam no fim de uma «lei ridícula e injusta», a Confederação do Comércio e Serviços alerta para o aumento do desemprego.
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Foi publicada esta sexta-feira em Diário da República a portaria que permite aos hipermercados abrirem aos domingos e feriados durante todo o dia, uma medida que vai entrar em vigor a 24 de Outubro.
O director-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que representa os interesses dos hipermercados, disse esta sexta-feira à TSF que esta é uma velha aspiração, que deixa satisfeitas estas empresas.
Os empresários estão satisfeitos «15 anos depois de ter sido revogada uma lei ridícula e injusta que obrigava alguns agentes económicos, só pelo facto de terem mais de 2000 metros quadrados, a terem que desenvolver a sua actividade em desigualdade de condições com todos os outros agentes económicos», disse José António Rousseau.
A APED não tem ainda a dimensão das empresas que vão solicitar o alargamento do horário às autarquias, mas lembra que na lei anterior 140 grandes superfícies comerciais estavam obrigadas a encerrar aos domingos e aos feriados às 13:00 horas.
Por outro lado, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) vê um cenário ainda mais difícil para os pequenos comerciantes, com muitas empresas a fechar e o desemprego a aumentar.
João Vieira Lopes fala mesmo num «favorecimento, em particular deste Governo, aos grandes formatos comerciais», que vai ter um efeito «globalmente» negativo.
Este responsável adiantou que a «concentração da distribuição da alimentação já está a afectar significativamente as pequenas e médias empresas».
A CCP vai juntar-se a uma iniciativa europeia para decretar o domingo como dia de descanso, disse ainda, acrescentando que o objectivo é levar o assunto ao Parlamento Europeu.