O presidente de França, François Hollande, considerou hoje que o plano que prevê a supressão de oito mil postos de trabalho na Peugeot Citroën é inaceitável e que tem de ser renegociado.
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«O plano não é aceitável, tem de ser renegociado», disse François Hollande, durante uma entrevista com os canais de televisão TF1 e France 2 no dia da Bastilha, um acontecimento tradicional na vida política francesa, mas que foi suspenso durante o período em que Nicolas Sarkozy se manteve como chefe de Estado francês.
O atual presidente adiantou ainda que «o Estado não vai deixar isto acontecer», em referência aos despedimentos anunciados pela Peugeot na quinta-feira.
Hollande disse ainda que o presidente da Peugeot-Citroen estava a preparar-se para anunciar a reestruturação no princípio do 2012, mas não o fez para não prejudicar a campanha de Nicolas Sarkozy.
Questionado sobre a austeridade e o rigor, o presidente de França adiantou que «não há outra palavra na minha boca que seja empregada que não seja a palavra 'esforço', o 'esforço justo'».
A PSA Peugeot Citroën, maior construtora automóvel francesa e a segunda maior da Europa (a maior é a alemã Volkswagen), anunciou que iria parar a produção na histórica fábrica de Aulnay, no norte do país, que emprega três mil pessoas, dos quais cerca de 300 são portugueses ou luso-descendentes.
A fábrica em Rennes também irá perder 1400 postos de trabalho.
A Peugeot empregava cerca de 100 mil pessoas em França no final do ano passado.
A empresa indicou que o plano tem como objetivo adaptar a empresa a um mercado europeu mais pequeno, esperando uma redução de oito por cento no mercado.