O presidente do governo regional da Madeira considera que a venda do Banif foi a "possível", depois de terem sido recusadas sete propostas para reestruturar o banco. Miguel Albuquerque defende o reforço dos poderes de supervisão.
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"Tenho conhecimento que houve 7 propostas de reestruturação presentes, todas foram chumbadas", disse Miguel Albuquerque, à saída de uma reunião com o primeiro-ministro António Costa, em Lisboa.
"Acho que esta foi uma boa solução. Do meu ponto de vista foi bem tomada pelo primeiro-ministro", referiu o chefe do governo da Madeira adiantando que esta solução salvaguarda os interesses dos clientes.
Miguel Albuquerque defendeu o reforço dos poderes de supervisão sobre o sistema financeiro.
"Acho que há aqui um problema de fiscalização do sistema financeiro, porque eu penso que, como aliás o primeiro-ministro também já o disse, no futuro tem que haver uma supervisão mais efetiva do modo de funcionamento e do modus operandi das instituições financeiras", defendeu o governante madeirense, apesar de não querer "inventar bodes expiatórios".
Além da salvaguarda dos depósitos das empresas, das famílias e dos emigrantes, a venda do Banif permitirá ainda assegurar os postos de trabalho nas regiões autónomas, segundo terá sido comunicado a Miguel Albuquerque pelo presidente do Santander Totta.
O Banco de Portugal anunciou, no domingo, que decidiu com o Governo a venda da maior parte dos ativos e passivos do Banif ao Banco Santander Totta por 150 milhões de euros, que garante a proteção dos depositantes e assume a atividade junto dos clientes particulares e de empresas.
A operação envolve um apoio público, para cobrir contingências futuras, estimado em 2.255 milhões de euros, dos quais 489 milhões de euros pelo Fundo de Resolução e 1.766 milhões do Estado, disse o banco central.
A Comissão Europeia aprovou hoje um auxílio adicional a Portugal até três mil milhões de euros para a resolução do Banif, em processo de reestruturação desde 2012, e que era o sétimo maior grupo bancário português e líder de mercado nos Açores e na Madeira.