O antigo ministro da Segurança Social considera que a medida poderia contribuir para o combate ao isolamento dos mais velhos.
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Bagão Félix lembra que o número de famílias unipessoais tem aumentado nos últimos anos. Em 1960, 10,8% das famílias eram constituídas por uma única pessoa. No último censo, de 2011, essa percentagem tinha subido para 21,4%, cerca de 867 mil pessoas. Deste número, mais de metade são pessoas com mais de 65 anos. Para o antigo ministro da Segurança Social, esse dado é preocupante e revela o isolamento dos mais velhos.
No comentário semanal na TSF, Bagão Félix defende que este assunto não é suficientemente discutido na sociedade e pouco tem sido feito. "O Estado tem de ter respostas efetivas para as pessoas", afirma.
"O lar de idosos não é a primeira solução", refere, lembrando que estas instituições são fundamentais, "mas como último recurso".
O antigo ministro da Segurança Social deixa uma sugestão: que os ascendentes sejam incluídos no IRS dos filhos quando partilham a mesma casa.
"O Estado poderia poupar se, por exemplo, o IRS consagrasse a possibilidade de se incluírem os ascendentes que vivem em comunhão de habitação com o sujeito passivo na divisão do rendimento coletável", defende. "São pessoas como as outras, cuja permanência nos seus lares naturais devia ser incentivada".
"Estamos a falar de pessoas, não de restos fiscais", considera, lembrando que, a cada dia que passa, 30 idosos passam a viver isoladamente, sozinhas e, muitas vezes, em zonas do Interior esquecidas.
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Todas as quartas-feiras, depois das 9h, Bagão Félix comenta os principais assuntos da atualidade na TSF.