Imobiliário e construção preocupados com paragem quase total de atribuição de vistos gold
A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário já pediu explicações ao Governo sobre a situação.
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A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) está preocupada com os dados do programa de atribuição de vistos 'gold', "que revelam uma paragem completa" no último mês.
Em comunicado, a CPCI cita dados oficiais para destacar a "paragem completa da atribuição de novos vistos em maio, com um registo de apenas seis autorizações de residência, num total de quatro milhões de euros [de investimento], valor que compara com os 54 milhões registados no mês anterior".
Perante estes dados, a Confederação "questiona os motivos que justificam esta total suspensão", nomeadamente se Portugal "deixou de ser atrativo para os investidores estrangeiros" ou se "os investidores se mantêm" e o que existe são "questões de ordem burocrática".
Ouvido pela TSF, Manuel Reis Campos, presidente da Confederação adianta que o organismo já fez seguir pedidos de esclarecimento para os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna.
Aquele responsável lembra que existem outros mercados que têm condições mais flexíveis de atrair este tipo de investimento. "Esta concorrência de regimes similares que existem noutros países, poderão pôr em causa o interesse imobiliário" de Portugal.
A CPCI recordou que, "desde a sua entrada em vigor, o programa de vistos 'gold' foi responsável pela captação de cerca de 1,5 mil milhões de euros de investimento estrangeiro, do qual 1,3 mil milhões de euros, ou seja, 95% foi aplicado em imobiliário nacional, e representou mais de 100 milhões de euros em receitas diretas para o Estado, a que se somam incontáveis efeitos positivos noutras atividades como o comércio ou o turismo".
A confederação salientou ainda que "após terem sido superadas as questões levantadas pela Operação Labirinto, depois de ter sido aprovado o aperfeiçoamento e alargamento do regime legal, esta nova situação é incompreensível, tendo em conta a importância estratégica deste programa".