Inquérito BES: Deputados indignados com "desconhecimento" manifestado por Zeinal Bava
Zeinal Bava causou indignação aos deputados da comissão de inquérito ao BES, ao alegar desconhecimento em relação a matérias importantes, nomeadamente, sobre quem autorizou a aplicação de centenas de milhões de euros na Rioforte.
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O antigo presidente executivo da Oi e da Portugal Telecom foi ouvido durante mais de seis horas, mas a impressão dos deputados, de todos os partidos, foi a de que Zeinal Bava omitiu factos no parlamento.
Zeinal Bava, disse, perante os deputados, ter abordado tudo aquilo que podia ter abordado e que se lembrava, na comissão de inquérito BES/GES.
«Em sã consciência, disse tudo aquilo que podia ter dito», declarou Zeinal Bava, na sua intervenção final na comissão de inquérito.
O gestor começou a ser ouvido pelas 16 horas e a sua audição acabou pelas 22:10, não tendo havido pausas, e foram recorrentes as críticas dos deputados dos vários partidos à forma evasiva como interveio na comissão de inquérito em boa parte das questões.
«Em momento algum quis ser intelectualmente deselegante. A humildade é algo que me caracteriza», vincou Zeinal Bava, advertindo que muita da informação que lhe foi perguntada dizia respeito a períodos em que já não estava nem na PT nem na Oi.
Zeinal Bava disse garantiu não se lembrar de falar com Ricardo Salgado sobre uma aplicação de 200 milhões de euros da PT na Rioforte, 'holding' do Grupo Espírito Santo (GES).
«Não guardo na memória que me tenha sido transmitida informação sobre a [aplicação na] Rioforte», vincou Zeinal Bava, na comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES).
O gestor estava a ser repetidamente questionado por Cecília Meireles, deputada coordenadora do CDS-PP na comissão, e, apenas após alguns minutos de questões sobre o tema, respondeu que não tinha memória de ter falado com o ex-líder do BES Ricardo Salgado sobre uma aplicação de 200 milhões de euros na Rioforte, holding não financeira do GES.
Antes, Zeinal Bava havia dito que apenas soube da aplicação na Rioforte somente quando esta foi tornada pública, em junho de 2014.