A ministra das Finanças disse esta tarde, na comissão de inquérito do BES, que «o Governo não tomará qualquer posição sobre a questão do papel comercial». Mas Maria Luís Albuquerque acrescentou que «qualquer decisão deve ser tomada no total respeito da legalidade e tendo em conta os riscos que implica».
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A ministra acrescentou que «o Governador do Banco de Portugal (BdP) ontem, nesta comissão, terá dito que estava a ser equacionada uma hipótese e terá criado expectativas com uma possível a proposta. Teremos de avaliar para que a situação seja esclarecida tendo em conta a legalidade».
«Acho lamentável se as pessoas foram induzidas em erro e temos de avaliar se o Banco de Portugal não cumpriu devidamente os seus deveres de informação», afirmou a ministra das Finanças na comissão parlamentar de inquérito ao colapso do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).
«Não me sinto capaz de fazer uma avaliação jurídica. Eu sei que Banco de Portugal pediu uma auditoria externa à atuação do próprio Banco de Portugal a este processo. Teremos de aguardar pelas conclusões dessa auditoria e se se justificar haverá naturalmente atuação. O Ministério das Finanças não tem supervisão sobre o Banco de Portugal, obviamente, mas aguardaremos por esse resultado da auditoria», concluiu Maria Luís Albuquerque.
Sobre a exposição do BES ao Grupo Espírito Santo, a ministra afirmou que a informação que foi recebendo do Banco de Portugal «era de que já tinham sido tomadas as medidas necessárias e de que não punha em causa a estabilidade financeira do BES».
«Confiei na informação que o Banco de Portugal me dava sobre esta matéria, porque é ao Banco de Portugal que cabe esta responsabilidade», sublinhou.
Sobre as reuniões que manteve com Ricardo Salgado, antes da queda do BES, a ministra respondeu que o que era solicitado era «apoio institucional para o GES», no sentido de uma facilitação na concessão de crédito por parte da Caixa Geral de Depósitos. «O que os representantes do GES me transmitiram foram problemas de liquidez na parte não financeira do GES. Nunca o Dr. Ricardo Salgado me pediu ajuda para o BES», garantiu.