A comissão parlamentar de inquérito ao BES e Grupo Espírito Santo ouve hoje, pela segunda vez, o presidente da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários, Carlos Tavares, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
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A audição de Carlos Tavares está marcada para as 9 horas, e a de Carlos Costa para as 15 horas, na comissão presidida deputado do PSD Fernando Negrão, em que tem sido questionado o papel dos reguladores no processo de desmoronamento do BES.
A Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) vai estar presente no parlamento durante a audição do governador do Banco de Portugal e quer entregar uma missiva a Carlos Costa, apelando para a resolução do problema dos clientes do papel comercial vendido aos balcões do BES.
A solução definitiva para os clientes lesados do BES poderá ser anunciada hoje pelo governador do Banco de Portugal.
O jornal Diário Económico escreve na edição deste terça-feira que esta solução, que prevê a perda de 60 por cento das aplicações, não tem nem a simpatia nem a concordância de Carlos Tavares. O presidente da CMVM entende que é uma saída que procura apenas facilitar a venda do Novo Banco ao melhor preço possível, sem ter em conta as promessas feitas ao clientes lesados do BES.
A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro de 2014, e tinha inicialmente um prazo total de 120 dias, até 19 de fevereiro, mas foi prolongado por mais 60 dias.
Os trabalhos dos deputados têm por objetivo «apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades».
A última audição está marcada para amanhã, dia para ouvir de novo a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.