Faria de Oliveira acusa relatório da EY de ser "enviesado", "viciado" e "descuidado"
O ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos Fernando Faria de Oliveira criticou esta sexta-feira o relatório da auditora EY ao banco público, acusando-o de ser "enviesado", "viciado" e "descuidado".
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O presidente da CGD entre 2008 e 2010, período durante o qual foram concedidos dois dos 25 créditos mais ruinosos do banco, considerou que o relatório da EY "está enviesado na sua conceção, viciado em várias das suas ilações e descuidado, por culpa própria ou por falhas de obtenção da informação, em vários dados e conclusões". Estas declarações foram obtidas durante a sua audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão do banco.
Faria de Oliveira disse que "estes vícios (...) vieram influenciar e enformar, de forma notória, quer o quadro mental e a perceção de quem tem de fazer a apreciação do exercício, quer as conclusões grosseiras e erradas que imediatamente qualquer um menos conhecedor do tema retira".
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O gestor identificou no documento "dezenas de inconsistências e erros", que considerou "um número muito elevado para um relatório proveniente de uma entidade com credibilidade como a EY, sobre um assunto da máxima seriedade".
Na conclusão da sua intervenção inicial, o antigo responsável da CGD disse que o relatório da EY "não distingue suficientemente os diferentes mandatos ao longo do período em análise" e "não efetua o 'benchmarking' em relação aos outros bancos".
Faria de Oliveira presidia à Caixa quando foi concedido o empréstimo ao projeto La Seda, que viria a ser um dos mais ruinosos para o banco público, com perdas de 200 milhões de euros, mas garantiu, na comissão de inquérito ao banco, que a melhor prova de que a decisão foi a correta a partir da informação disponível à época é que hoje, depois de ter sido comprado por outra companhia, a fábrica de plásticos é um dos maiores exportadores nacionais.
No entanto, Santos Ferreira alertou Faria de Oliveira sobre ações do BCP.
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