No comentário semanal na TSF, Francisco Louçã considera que "um partido que pode perder as próximas eleições é um partido pouco interessante para quem quer beneficiar de rendas".
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Francisco Louçã considera que a estratégia de Rui Rio não convence os interesses económicos. No habitual comentário na TSF, o economista defende que a moção do novo líder do PSD é uma moção genérica, mas Rui apresenta algumas ideias "que contrastam com as ideias liberais tradicionais que defendem menos Estado", e promove um "Estado mais forte para libertar os cidadãos" - no fundo, um Estado que garante rendas.
Louçã alerta que "estes interesses económicos olham antes de mais para quem lhes pode negociar as rendas, são muito calculistas. E um partido que pode perder as próximas eleições é um partido pouco interessante para quem quer as rendas da energia, ou beneficiar destes negócios fáceis".
"Os interesses económicos olham com alguma suspeita para quem se candidata a perder e que, na verdade, debate essencialmente como é que se pode aproximar do partido socialista na hipótese plausível de perder as eleições e, portanto, de haver uma nova vitória de António Costa".
Para Louçã, "a subalternização é um sinal para os interesses económicos de que realmente não está ali a promessa do poder e a promessa das vantagens. Estes interesses olham para cálculos muito mais diretos e deixam o PSD de lado".
O comentador justifica desta forma o programa vago do novo líder do PSD. "Em grande medida é por isso que este congresso, nas suas ideias económicas, é tão vago e, naquilo que se concretiza, tenta alcançar aquilo que não pode prometer. E esse é o drama de Rui Rio", defende.
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Todas as sextas-feiras, depois das 9h, Francisco Louçã comenta os principais assuntos da atualidade económica na TSF.