As investigações da comissão norte-americana de valores sobre as operações do financeiro Bernard Madoff foram «incompetentes» mas não «corruptas», concluiu esta sexta-feira o inspector-geral dessa agência, David Kotz.
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Madoff está a cumprir uma pena de 150 anos de prisão por uma fraude que, durante 16 anos, penalizou milhares de investidores em várias dezenas de milhões de dólares.
    
O relatório de Kotz explica que a agência levou a cabo três exames e duas investigações às operações do grupo Madoff mas não descobriu as fraudes, apesar de existirem alguns sinais que deviam ter chamado a atenção.
    
No entanto, o documento não aponta provas de vínculos inadequados entre a SEC e a empresa de Madoff.
    
Entre 1992 e Dezembro de 2008, quando Madoff confessou o seu esquema fraudulento, a entidade reguladora recebeu seis advertências sobre as manobras irregulares mas a falta de experiência do pessoal da SEC e as demoras dos exames às contas de Madoff permitiram que este continuasse a sua fraude, acrescentou ainda o documento.
    
Um funcionário da divisão de exames da SEC era noivo de uma sobrinha de Madoff durante o período em que se realizaram algumas das inspecções ao grupo e actualmente está casado com ela, uma situação que levantou algumas suspeitas sobre se Madoff possa ter escapado a uma investigação mais severa.
    
Em Março, Madoff declarou-se culpado pelos delitos que lhe foram imputados e cumpre agora a pena numa prisão no estado norte-americano da Carolina do Norte.