Fernando Ulrich não vai ser reconduzido na presidência executiva do banco. A proposta de alteração de estatutos na assembleia-geral desta manhã foi rejeitada.
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Numa conferência de imprensa após a assembleia-geral (AG) anual de acionistas, que decorreu esta manhã no Porto, Fernando Ulrich desvalorizou o "chumbo" à alteração dos estatutos.
"Os acionistas são livres e soberanos nas decisões. A AG do banco terá lugar em abril de 2017 e não está em causa neste momento a alteração. Falta ainda um terço do mandato", disse.
"A proposta não é dirigida a mim e há pessoas válidas fora do conselho de administração, com essa idade, e no mercado há pessoas válidas que podem ter interesse para o banco. Essas questões só se vão pôr daqui a um ano, há algum tempo", acrescentou.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BPI esclareceu que "63,68% dos votos expressos pronunciaram-se a favor da proposta de eliminação do nº 3 do art.º 29º, regra que prevê a impossibilidade de designação para a Comissão Executiva de membros do Conselho de Administração que, a 31 de dezembro do ano anterior à data da designação, tenham idade igual ou superior a 62 anos; esta proposta não foi aprovada por não se ter atingido a maioria qualificada legal de 66,67% dos votos expressos".
Na prática, os estatutos atuais impedem que Fernando Ulrich possa ser reconduzido para mais um mandato presidência executiva do banco, por ter ultrapassado o limite de 62 anos (completou 64 no dia 26 de abril). Com a alteração que se pretendia introduzir deixaria de haver limite de idade para exercer esse cargo, mas não foram atingidos os dois terços necessários para aprovar essa alteração.
Na AG, os acionistas foram ainda chamados a deliberar sobre uma alteração de estatutos que permitiria ao Conselho de Administração decidir aumentos de capital por entradas em dinheiro até 500 milhões de euros, tendo esta sido chumbada por não ter sido atingida a maioria qualificada legal de 66,67% dos votos expressos (votaram a favor 63,62% dos votos expressos).
Os restantes pontos constantes da ordem de trabalhos da AG foram aprovados, nomeadamente as contas de 2015, ano em o banco teve lucros consolidados de 236,4 milhões de euros, e a proposta do Conselho de Administração que esse valor seja totalmente aplicado em reservas do banco.
Também foi aprovada a alteração da forma de cálculo das remunerações variáveis dos administradores.