O executivo italiano aprovou, esta sexta-feira, um pacote de medidas de austeridade, entre as quais se destaca um aumento dos impostos e uma taxa solidária.
Corpo do artigo
O principal objectivo é travar, o mais depressa possível, os ataques especulativos dos mercados contra a Itália. Depois, a ideia é arranjar forma de o país conseguir cumprir o défice de 3,8 este ano e equilibrar os orçamentos de 2012 e 2013.
As novas medidas, assegurou Sílvio Berlusconi, vão permitir uma recuperação de 20 mil milhões de euros em 2012 e 25 mil milhões em 2013.
Nas medidas de austeridade, destaque para uma taxa que o governo chama de solidariedade e que atinge directamente quem ganha mais: cinco por cento para quem receba mais de 90 mil euros, 10 por cento para quem ultrapasse rendimentos anuais de 150 mil euros. O executivo apresenta ainda cortes substanciais nos privilégios dos políticos.
O primeiro-ministro italiano tenta assim responder aos mais críticos, tanto à direita, como à esquerda, que não se cansam de atacar os privilégios dos mais poderosos e da classe política que é conhecida por constituir uma casta.
Além da taxa e do aumento do IVA, o governo italiano propõe-se a reduzir as despesas do Estado em mais de 8,5 mil milhões de euros.
Os planos de Berlusconi passam também por reduzir o número de províncias, agrupando-as, e pela redução simultânea do número de câmaras municipais.
Terceira maior economia da Europa, a Itália já foi obrigada a tomar medidas drásticas para debelar a crise, seguindo as recomendações do Banco Central Europeu (BCE), que agora aplaude os cortes italianos, entre os quais a privatização de empresas municipais e a redução nas ajudas sociais.
Pelo meio, o governo compromete-se a reforçar a luta contra a evasão fiscal e a flexibilizar as leis do trabalho.