A Itália vai manter «de momento» as suas previsões de crescimento para este ano, apesar do plano de austeridade aprovado na sexta-feira em Conselho de Ministros, disse hoje o ministro italiano da Economia, Giulio Tremonti.
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«Estamos convencidos que o impacto de medidas como a liberalização laboral pode ser significativa para o Produto Interno Bruto (PIB). É difícil fazer previsões, existem fenómenos globais que nos afectam», disse o ministro da Economia italiano durante uma conferência de imprensa realizada, citada pela agência de notícias France Presse.
«Consequentemente, não há por de momento revisões das previsões sobre o PIB", concluiu o responsável».
O PIB italiano cresceu 0,8 por cento no segundo trimestre face ao mesmo período do ano anterior. O executivo liderado por Silvio Berlusconi espera um crescimento de 1,1 por cento no total do ano.
Quanto ao plano de austeridade aprovado na sexta-feira em Conselho de Ministros, o governante disse que este foi adoptado «em consciência pelo bem do país».
O governo italiano anunciou na sexta-feira a adopção de um novo plano de austeridade no valor de 45,5 mil milhões de euros em dois anos de modo a conseguir regressar ao equilíbrio em 2013 (e não em 2014) e travar as pressões especulativas dos mercados.
«O voto em conselho de ministros foi unânime», afirmou o chefe do governo, Silvio Berlusconi, sublinhando que as novas medidas vão «no sentido do que pretende o Banco Central Europeu».
O novo plano vai permitir recuperar 20 mil milhões de euros em 2012 e 25,5 mil milhões em 2013, adiantou Berlusconi.
O chefe de governo italiano recordou que o BCE está a apoiar Itália desde segunda-feira, ao recomprar títulos de dívida soberana cujos preços dispararam ao longo da semana passada, aumentando perigosamente o custo do reembolso do já amplo endividamento do país (cerca de 120 por cento do produto interno bruto).
O decreto-lei sobre as novas medidas de austeridade, que será publicado domingo no jornal oficial, deverá ser ratificado pelo parlamento no prazo de 60 dias.