Os juros a 10 anos da dívida pública italiana ultrapassaram, esta segunda-feira, os 6,5 por cento, batendo um recorde desde a criação do euro.
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As taxas de juro exigidas pelos investidores para transacionarem dívida soberana de Itália estiveram a aumentar durante a semana passada, tendo esta segunda-feira chegado a um valor histórico: 6,543 por cento.
No domingo, o Banco Central Europeu (BCE) condicionou a continuação da compra de dívida soberana de Itália à execução das reformas por Silvio Berlusconi, já que o país continua na mira dos mercados que duvidam da capacidade do primeiro-ministro de executar os compromissos e reformas económicas prometidas à União Europeia.
O governo de centro-direita de Silvio Berlusconi aprovou dois planos de austeridade (em Julho e Setembro) no valor de 60 mil milhões de euros em três anos com o objetivo de equilibrar as contas do Estado italiano até 2013.
As taxas de juro dos títulos de Itália a 10 anos passaram o limiar simbólico dos seis por cento no dia 28 de Outubro e na sexta-feira (em plena cimeira do G20) atingiram 6,4 por cento, um nível considerado insuportável para a Itália, que tem de fazer frente a uma dívida de 1900 milhões de euros (correspondente a 120 por cento do Produto Interno Bruto).
Precisamente na sexta-feira, o Executivo de Roma pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para monitorizar as contas do país, ainda que tenha rejeitado o apoio financeiro providenciado pela instituição.