O líder do PCP defendeu, este sábado, que as propostas de revisão dos tratados europeus apresentadas por Angela Merkel e Nicolas Sarkozy vão aprofundar o neoliberalismo europeu e não resolvem a crise económica e financeira da Europa.
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Num comício, em Santiago do Cacém, o líder do PCP afirmou que «o que está em cima da mesa é uma perigosa fuga para a frente, do capital e das grandes potências, que visa aprofundar ainda mais o rumo neoliberal, militarista e federalista, quando o que se impõe cada vez mais é o questionamento real de todo o processo de integração capitalista de toda a Europa».
Jerónimo de Sousa reafirmou também as críticas ao programa de assistência financeira a Portugal, que os comunistas designam como "pacto de agressão", que considerou que está a pôr em causa os direitos adquiridos pelos portugueses.
«O que está em causa, é sobre isso que gostaríamos de ver alguns pronunciarem-se, nomeadamente Passos, Portas e Seguro, é um conjunto de propostas e medidas que, face ao aprofundamento da crise europeia, face ao rotundo falhanço da união económica e monetária, salvem o grande capital e as grandes potências», disse.
«São os direitos dos trabalhadores e do povo, o direito ao desenvolvimento económico e social soberanos e a própria democracia que estão em causa, com as propostas como aquelas que o eixo franco-alemão vem agora tentar impor, por via da revisão dos tratados e de uma peregrina ideia de união orçamental», acrescentou.
Para Jerónimo de Sousa, a proposta franco-alemã mais não é do que uma ideia para «retirar aos povos a capacidade de gerir, de forma soberana, a sua economia, as suas políticas fiscais, a sua política de investimentos públicos» e de os submeter aos interesses do grande capital e das principais potências europeias.
«O que está em causa com estas e outras propostas, como a governação económica, é a institucionalização das práticas e políticas contidas no pacto de agressão, que já estamos a sentir na pele», disse, referindo como exemplos «as politicas de baixos salários, de destruição dos serviços públicos e a entrega ao capital dos sectores estratégicos da economia».
Segundo Jerónimo de Sousa, são estas políticas que vão «condenar Portugal ao subdesenvolvimento, à submissão e aos ditames do imperialismo europeu».