O antigo presidente executivo do Banif considera ainda que o processo negocial associado à venda do Banif foi "desastroso".
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O antigo presidente executivo do Banif diz que o Fundo de Resolução, financiado pela banca, vai beneficiar da solução que o Governo e o Banco de Portugal escolheram para a instituição.
A resolução do Banco de Portugal para o Banif prevê a transferência de ativos para a Naviget, uma sociedade criada para o efeito. Esta noite em entrevista à Sic Notícias, Jorge Tomé considerou que os ativos que passaram do banco para o veículo de gestão vão acabar por render bom dinheiro. "O efeito desta solução de passar ativos do antigo Banif para este veículo chamado Naviget ao preço a que estes ativos passaram, obviamente que num processo de venda estes ativos vão gerar mais-valias, gerando mais-valias, como esse ativo pertence ao fundo de resolução, é óbvio que o fundo de resolução vai ser capitalizado por essa via", afirmou.
Nesta entrevista, o antigo presidente do Banif classifica de "desastroso" o processo de venda do banco.
Jorge Tomé diz também que as contas do Banif eram regularmente auditadas pelo Banco de Portugal que "tinha uma vigilância apertadíssima, diária do Banif: via todas as operações de crédito, todas as operações da área financeira, via todas as operações de avaliação de ativos".
O ex-presidente executivo do Banif acusou ainda o anterior governo, e a antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de não terem atuado como deviam. "Eu acho que podia ter feito bastante mais. Este assunto era conhecido, sabia-se que o Banif tinha um défice de capital. Acho que (em Março) se perdeu uma oportunidade para vender o banco. O ministro das finanças deu-nos toda a recetividade para receber propostas não solicitadas, não nos deu oportunidade de abrir um concurso estruturado de venda porque a seguir se meteu o calendário político, das eleições, e foi um dossier que ficou em "stand by" à espera que o novo governo resolvesse isso", afirmou.
O antigo presidente da instituição reafirma ainda que em Março se perdeu a oportunidade de vender o banco.