Há cerca de duas semanas que o valor a pagar pelos títulos de dívida a dez anos está acima da barreira que alguns economistas consideram a barreira da sustentabilidade da dívida.
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Os juros da dívida soberana de Portugal estavam hoje a descer a dois e dez anos e a subir a cinco anos, mas a dez anos mantinham-se acima dos 7,1 por cento.
Às 8:40, os juros a dez anos estavam a ser negociados a 7,160%, depois de terem fechado a 7,173% na quinta-feira, pelo décimo dia consecutivo acima da barreira dos 7%.
Depois de terem subido até aos 7,508% a 12 de julho, em resultado da crise política, os juros a dez anos tinham-se mantido entre 19 de julho e 5 de setembro em níveis sempre abaixo dos sete por cento.
Os analistas atribuem este nível elevado de juros à incerteza politica portuguesa.
Os juros elevados, têm duas consequências. Por um lado, mantêm a pressão sobre Portugal, numa altura de avaliação dos credores, pela primeira vez nos últimos seis meses.
Por outro lado, servem de aviso a Portugal, numa altura em que vários analistas dizem que este nível de taxas afasta o país do regresso aos mercados e do acesso ao programa cautelar de apoio do Banco Central Europeu para compra de dívida pública.
Já os juros da dívida a dois anos estavam hoje a ser negociados a 5,561%, a descer face a quinta-feira, dia em que terminaram a 5,597 por cento. A 13 de setembro, os juros neste prazo fecharam a 5,987%, um máximo desde o início do ano.
No prazo de cinco anos, os juros estavam a negociar a 6,601%, abaixo dos 6,6% do encerramento de quinta-feira.