
Sofia Ponte /Global Imagens
Os juros da dívida portuguesa estão em máximos de três anos, poucas horas antes da reunião do Eurogrupo para aprovar o Orçamento português.
Em dia de reunião do Eurogrupo para aprovar o Orçamento do Estado português, os juros implícitos das obrigações a 10 anos no mercado secundário dispararam durante a manhã: o dia começou com os juros nos 3,5% mas a partir daí foi sempre a subir. Pelo meio-dia atingiram um pico de 4,4% e estão agora nos 4,2%, um valor que não se verificava desde o início de 2014.
A agência Reuters conta que na base da subida estão os receios dos investidores em relação à execução do orçamento e à possibilidade da agência de "rating" DBRS, da qual depende o acesso ao programa de compra de dívida do BCE. A empresa canadiana - a única das "quatro grandes" que mantém a dívida nacional acima do patamar "lixo" pronuncia-se a 29 de abril.
A evolução dos juros da dívida nacional está, ainda assim, muito longe dos valores verificados durante a crise das dívidas soberanas.
Governo "preocupado" fala em "coincidência temporal"
Na habitual conferência de imprensa depois do conselho de ministros, a ministra da Presidência considerou "preocupante" esta subida recorde dos juros da dívida. Mas Maria Manuel Leitão Marques preferiu encontrar a causa no panorama internacional.
Citada pela agência lusa, a ministra considerou que "essa instabilidade é infelizmente global e internacional, afetando mais uns países do que outros".
Maria Manuel Leitão Marques garante que o governo está a "olhar atentamente" para a situação que, "obviamente, preocupa toda a zona euro". Mas recusa relacionar o novo máximo nos juros com o Orçamento para 2016.
Não tem a ver com "circunstâncias particulares, visto que a proposta de Orçamento de Estado para 2016 foi aprovada pela Comissão Europeia". A governante defendeu que "é apenas uma coincidência temporal, as duas circunstâncias terem ocorrido".