No comentário semanal na TSF, Francisco Louçã defendeu que o problema na lei de financiamento dos partidos é político. Louçã acredita que é preciso ir mais longe no combate à corrupção.
Corpo do artigo
Francisco Louçã considera que não há questões de constitucionalidade na Lei de Financiamento dos Partidos e acredita que o Presidente da República tem a mesma opinião. "Acho até que o Presidente, ele próprio jurista e constitucionalista, desconfiará que o Tribunal Constitucional aprovaria a lei."
No habitual comentário na TSF, Francisco Louçã defende que, neste caso, o que está em causa são problemas de ordem política. "A discussão sobre corrupção e o controlo dos dinheiros partidários é absolutamente essencial".
TSF\audio\2017\12\noticias\29\a_opiniao_francisco_louca
O antigo dirigente do Bloco de Esquerda lembra a experiência dos tribunais portugueses na luta contra a corrupção, em particular no Caso Portucale, em 2004 ou no Caso dos Submarinos. Neste último, houve condenações na Alemanha por corrupção em relação a entidades públicas portuguesas, mas em Portugal nunca houve conclusões dos tribunais. Houve investigação, mas nunca avançou qualquer acusação.
Para o economista, o controlo das contas dos partidos é importante, mas é preciso ir mais longe. "Falta o controlo de contas bancárias, saber que movimentos registam atuais e antigos responsáveis políticos; porque verdadeiramente é aí que se podem encontrar as provas de qualquer favorecimento monetário e de qualquer vantagem", defende Francisco Louçã, "faltam meios efetivos de combate à corrupção".
Todas as sextas-feiras, depois das 9h00, na TSF, Francisco Louçã comenta os principais temas económicos.