
Lusa/Manuel de Almeida
Os manifestantes dos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) entregaram hoje uma carta a todos os interessados na compra do Novo Banco após uma "visita" às instalações de cada um em Lisboa, avisando-os do problema.
Corpo do artigo
O presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), Ricardo Ângelo, afirmou hoje em frente à sede da companhia de seguros Tranquilidade, detida pela Apollo Management, um dos possíveis compradores do Novo Banco, que a carta entregue a uma funcionária da seguradora «tem como função sensibilizar os compradores para o problema» dos lesados do papel comercial do GES.
O presidente da AIEPC frisou que quem comprar o Novo Banco «vai ter que arcar» com os lesados e com «manifestações semanais até o dinheiro ser devolvido», acrescentando ser «crucial» os interessados saberem em que negócio se estão a meter.
«O que queremos é informar os interessados na compra do Novo Banco que se o adquirirem nestes moldes, com estes impasses, terão um problema», adiantou.
Os lesados do papel comercial do GES, comprado aos balcões do antigo Banco Espírito Santo (BES), voltaram hoje a manifestar-se, desta vez, fazendo uma ronda pelos candidatos à compra do Novo Banco.
A manifestação, organizada pela Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), iniciou-se no balcão do Novo Banco no Rossio, em Lisboa, seguiu para o Banco de Portugal e depois para os possíveis candidatos à compra da instituição financeira liderada por Eduardo Stock da Cunha.
O percurso incluiu paragens, além do Novo Banco, no Banco Santander Totta, na Tranquilidade (Apollo), Fidelidade (Fosun) e embaixada da China (Anbang Insurance), quatro dos candidatos à compra do Novo Banco, segundo informações veículadas na imprensa.
Já hoje ao início da tarde, alguns dos manifestantes dos lesados do papel comercial conseguiram quebrar a força policial e entraram pacificamente na sede do Novo Banco na avenida da Liberdade, em Lisboa. Apesar de os manifestantes terem escolhido o Novo Banco para se manifestarem, o alvo das críticas e protestos tem sido o governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa.
O presidente da associação de lesados, Ricardo Ângelo, justifica que a administração do Novo Banco, liderada por Eduardo Stock da Cunha, «está completamente manietada pelo Banco de Portugal».