José Manuel Fernandes adverte que os custos com a doença da língua azul são superiores às perdas efetivas de animais
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O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, apelou, esta segunda-feira, aos agricultores com produções de gado atingidas pela doença da língua azul que façam uma quantificação exaustiva dos prejuízos, para sustentar o pedido do Governo a Bruxelas.
“Vamos pedir reserva de crise para fazer face àquilo que são os prejuízos da língua azul em Portugal”, afirmou José Manuel Fernandes, à margem de uma reunião de ministros da Agricultura, em Bruxelas, na qual anunciaria a intenção do Governo português.
O ministro espera agora que os agricultores façam uma qualificação detalhada dos prejuízos, para sustentar o pedido a Bruxelas. “Os montantes que temos notificados não chegam, em termos dos animais mortos, aos sete mil”, referiu José Manuel Fernandes, frisando que há muitos mais por contabilizar.
“Sabemos que há mais de 55 mil animais que morreram e, portanto, há aqui uma grande discrepância e temos agricultores que já estão e produtores estão a fazer até retroativamente a notificação”, defendeu, alertando que esse trabalho de contabilização e notificação da parte dos produtores “é importante" para poderem "ajudá-los”.
José Manuel Fernandes admite que ainda não é possível ter uma estimativa dos custos, mas adverte que serão superiores às perdas efetivas de animais, pois “o custo e o prejuízo não é só (...) o animal que morreu”, devendo também ser incluídos na contabilidade das perdas “os custos com os produtos que foram gastos pelos produtores para o tratamento dos animais que ficaram afetados; os abortos que existiram; e a diminuição da produtividade”.
“Todas essas contas terão de ser feitas para vermos as soluções que vamos ter”, destacou José Manuel Fernandes, admitindo que, nesta fase, não são excluídas outras possibilidades de apoio, como, por exemplo, “um regulamento que será aprovado ainda este mês”, que prevê apoios caso “haja uma perda de 30% por exploração”.
“É por isso que pedimos todas estas contas (...) para os nossos organismos fazerem, de forma a nós podermos ajudar os produtores que foram atingidos por este flagelo”, afirmou o ministro, admitindo ainda que o Governo está a trabalhar em opções para poder custear a aquisição de vacinas.