O lucro da Brisa aumentou 26 por cento no primeiro semestre face ao período homólogo, atingindo os 57,3 milhões de euros, anunciou esta sexta-feira a concessionária em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Corpo do artigo
«Os resultados assumem particular relevo se tivermos em conta a conjuntura económica muito adversa na qual se salienta a recessão da economia portuguesa, a intervenção externa do Fundo Monetário Internacional, da União Europeia e do Banco Central Europeu e consequentes medidas de austeridade impostas pelo Governo, bem como o aumento significativo dos preços dos combustíveis de 19 por cento, face ao período homólogo de 2010», salienta a Brisa.
Nos primeiros seis meses deste ano, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 1,2 por cento face ao mesmo período de 2010, atingindo os 221,8 milhões de euros.
Os resultados operacionais subiram 2,2 por cento, atingindo os 323,7 milhões de euros, enquanto as receitas de portagem recuaram 1,7 por cento para 261,7 milhões de euros.
Entre Janeiro e Junho, os custos operacionais consolidados subiram 10,5 por cento, tendo atingido 101,9 milhões de euros.
A Brisa refere que, «numa base comparável, se for excluído o efeito extra da venda de equipamentos electrónicos de portagem e Via Verde (mais 13,3 milhões de euros) pela introdução de portagens nas ex-SCUT e novas concessões, verifica-se que os custos operacionais consolidados teriam decrescido 3,9 por cento».
«Perante a difícil conjuntura macro, a Brisa apresenta um crescimento das suas receitas, e o aumento do resultado líquido mantendo uma forte geração de caixa», afirma o presidente executivo da Brisa, Vasco de Mello, citado no comunicado.
Quanto ao tráfego, na concessão Brisa (BCR) verificou-se «um comportamento em linha com o do primeiro semestre de 2010, tendo a recuperação de tráfego perdido anteriormente para ex-SCUT, compensado o impacto negativo da economia».
Nas restantes concessões, nomeadamente na Atlântico e na Brisal, o tráfego decresceu 8,3 por cento e 30,2 por cento, respectivamente.
A Brisa justifica estas quebras com a «economia recessiva e a alteração de condições inerentes às infraestruturas adjacentes».
A BCR registou no primeiro semestre deste ano um aumento do EBITDA de três por cento, atingindo os 177,1 milhões de euros.
«Em termos de liquidez, a BCR detém linhas bancárias contratadas de cerca de 700 milhões de euros, muito superiores às necessidades de financiamento de curto prazo que são de cerca de 400 milhões de euros», refere Vasco de Mello.
O presidente executivo da Brisa acrescenta que a empresa «tem vindo a renovar essas linhas, tendo acesso a dívida bancária».
Vasco de Mello diz ainda que «a Brisa tem uma forte posição de caixa para fazer face aos seus compromissos de investimento e à sua política de dividendos».
No final de Junho, a dívida total da Brisa era de 3410 milhões de euros. A dívida líquida, por sua vez, aumentou para 2392 milhões de euros no final de Junho, face aos 2.199 milhões de euros registados em Dezembro de 2010.
Os custos com pessoal totalizaram 47 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, o que traduz uma queda de 3,5 por cento em relação aos 48,7 milhões de euros registados no período homólogo de 2010.
No final de Junho, a Brisa tinha 2598 trabalhadores, menos 262 do que no mesmo período do ano passado.