Foi registado também um recorde de 407 milhões de euros no terceiro trimestre
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A Galp registou um lucro de 973 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mais 9% que no mesmo período de 2024, com um recorde de 407 milhões de euros no terceiro trimestre (+53%).
Nas contas enviadas esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os co-presidentes executivos da Galp, Maria João Carioca e João Marques da Silva, salientaram que "o sólido desempenho operacional da Galp continuou no terceiro trimestre", consolidando uma "sólida posição financeira" que é "reconfortante face ao atual sentimento macroeconómico".
Metade dos resultados entre julho e setembro teve origem na produção de petróleo e gás no Brasil, apesar do impacto da desvalorização das cotações do crude, que foi "mais do que compensado" pela recuperação internacional das margens de refinação capturada pelas atividades de aprovisionamento e comercial e disponibilidade do aparelho refinador, apontou a Galp.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda) até setembro caiu 7% para 2,42 mil milhões de euros, enquanto o do terceiro trimestre foi de 911 milhões (+11%), dos quais quase 80% "teve origem nas atividades internacionais".
O investimento total até setembro foi de 716 milhões de euros, embora o saldo líquido entre os valores investidos e o encaixe proveniente da alienação de ativos, com destaque para Angola e Moçambique, tenha sido positivo em 93 milhões.
Já no terceiro trimestre, a Galp investiu 273 milhões de euros, dos quais dois terços foram aplicados na construção, em Sines, das unidades de produção de hidrogénio verde e de biocombustíveis avançados de baixo carbono, na modernização da rede de lojas e na expansão da rede de carregamento elétrico e da capacidade dos ativos de produção fotovoltaica.
O restante, apontou, foi aplicado no Brasil, sobretudo no projeto Bacalhau, que iniciou a produção de petróleo em outubro.
A petrolífera realçou que o desempenho operacional foi decisivo para os resultados, ainda que a boa 'performance das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural ('upstream') no terceiro trimestre, patente no aumento de 2% da produção face ao mesmo período de 2024, tenha sido impactada pela queda das cotações do petróleo nos mercados internacionais, caindo 14% para 464 milhões de euros.
Já a atividade industrial e 'midstream' (transporte, armazenamento e refinação) obteve um Ebitda de 315 milhões de euros, um aumento de 91% em relação ao trimestre homólogo do ano anterior mais do que compensou a diminuição de resultados do 'upstream'.
A refinação beneficiou da recuperação das margens internacionais, permitindo um aumento de 78% nos resultados das exportações a partir de Sines face ao trimestre homólogo.
Já os volumes de gás natural transacionados aumentaram 42%, com o início das entregas de cargas de GNL por parte da Venture Global LNG, nos Estados Unidos e a expansão da comercialização de gás natural no mercado brasileiro.
A atividade comercial registou um aumento de 28% nos resultados operacionais do terceiro trimestre, para 119 milhões de euros, com melhorias em quase todos os segmentos, ajudada por uma recuperação do mercado espanhol, e a expansão da rede de carregamento elétrico, totalizando mais de 9.000 pontos na Península Ibérica (+64%).
Nas energias renováveis, o Ebitda caiu 35% no terceiro trimestre, para 16 milhões de euros, devido ao contexto de preços de energia solar pressionados.
O desempenho operacional traduziu-se "numa sólida geração" de fluxo de caixa, permitindo reduzir a dívida líquida para 1,2 mil milhões de euros no final do período, salientou a Galp.
Os co-presidentes executivos salientaram que a Galp está bem posicionada para superar a sua previsão atual para 2025, tanto para o Ebitda como para o fluxo de caixa operacional (OCF), que atingiu 753 milhões de euros no terceiro trimestre, um aumento de 39% face ao mesmo período de 2024.
