O Santander Portugal lucrou 782,2 milhões de euros nos nove primeiros meses do ano, o que representa uma queda de 6,4% face ao período homólogo
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Desta vez, o banco dispensou conferência de imprensa para apresentar os resultados dos primeiros nove meses do ano, mas dá conta, em comunicado, que em Portugal, os lucros do Santander caíram para 728,2 milhões de euros, ou seja, menos 6,4% do que em igual período de 2024, enquanto viu o crédito crescer e as receitas com juros a encolher 17,3%.
O banco liderado por Pedro Castro Almeida explica, em comunicado, que na quebra de resultados pesou a diminuição da margem financeira, que se traduz na diferença entre os juros cobrados no crédito aos clientes e os juros pagos nos depósitos, que, por causa da descida e estabilização das taxas de juros, gera agora menos receita. Pode ler-se que "esta queda continua a refletir o ciclo de descida das taxas de juro implementado pelo Banco Central Europeu que se traduziu na descida da taxa de depósito em 150 pontos-base, para 2%, por sua vez transmitida à carteira de crédito, a qual ainda é maioritariamente indexada a uma taxa variável".
Nos primeiros nove meses do ano, o banco registou um total de 52 mil milhões de crédito, com um crescimento de 7,3% no segmento dos particulares, para 26,9 mil milhões de euros, dos quais 24,6 mil milhões no segmento da habitação, que subiu 7,4%. Já o crédito ao consumo aumentou 9,3% e para as empresas subiu 10,7%.
No crédito à habitação, o banco realça que já concedeu cerca de 768 milhões de euros ao abrigo das linhas com garantia pública, reforçando o papel no apoio aos jovens que procuram comprar casa. O valor corresponde ao total de crédito concedido aos jovens (incluindo o montante da garantia, que ascende a 10% a 15% do total do crédito e funciona como entrada). Ao Santander coube 259,5 milhões do montante atribuído pelo Estado à banca em garantia, verba que assegura que ainda não foi esgotada.
Nos depósitos, o aumento foi de 5,6%, para 39 mil milhões de euros e, nos recursos fora de balanço, a subida foi de 9,9% para 9,5 mil milhões de euros, com os fundos de investimento a registar um crescimento de 16,8%, para 5,4 mil milhões, e os seguros e outros recursos a subir 1,9%, para 4 mil milhões de euros.
As comissões cobradas aos clientes registaram uma subida de 5,9%, para 365 milhões de euros, um aumento que atribui ao crescimento da base dos clientes.
O Santander dá conta ainda que continua a pontuar no que diz respeito à rentabilidade, com retorno sobre o capital tangível, o chamado ROTE em 32% e um rácio de eficiência de 27,3%.
