Lucros do Novo Banco baixam 1,9% para 177,2 milhões de euros no primeiro trimestre do ano
A margem financeira desceu 6,7% para 279,1 milhões de euros, enquanto as comissões aumentaram 12,3% para 84,3 milhões de euros
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O Novo Banco teve lucros de 177,2 milhões de euros no primeiro trimestre, menos 1,9% do que nos primeiros três meses de 2024, divulgou esta terça-feira o banco.
A margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) desceu 6,7% para 279,1 milhões de euros, enquanto as comissões aumentaram 12,3% para 84,3 milhões de euros.
O banco disse que a redução das receitas (o produto bancário comercial caiu 2,8% para 363,4 milhões de euros) ocorreu dentro das expectativas, num contexto de redução das taxas de juro, e que o aumento das comissões foi suportado no aumento do volume de crédito e dos clientes.
Ainda no primeiro trimestre, os custos operativos subiram 5,3% para 125,2 milhões de euros. Dentro destes, os custos com pessoal aumentaram 8,1% para 68,4 milhões de euros.
Foram registadas imparidades e provisões líquidas de 12,3 milhões de euros, metade do valor contabilizado no primeiro trimestre de 2024.
No balanço, os empréstimos a clientes (bruto) aumentaram 1,4% para 29.409 milhões de euros. O crédito a empresas estabilizou (variação de 0,2%) em 13.922 milhões de euros. No crédito a particulares, o crédito à habitação subiu 1,5% para 10.307 milhões de euros e outro crédito avançou 5,5% para 2.035 milhões de euros.
O rácio de crédito malparado desceu para 3,2% em março (4,3% em março de 2024).
Já os depósitos aumentaram 1,4% para 30.171 milhões de euros.
O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.
O banco é detido em 75% pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star, sendo os restantes 25% detidos pelo Estado português (o Fundo de Resolução bancário tem 13,54% do capital e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças 11,46%).
Desde 2017, quando o Novo Banco foi vendido à Lone Star, o Fundo de Resolução bancário injetou 3.405 milhões de euros no banco, provocando várias polémicas políticas e mediáticas. Com o fim antecipado deste mecanismo, em final de 2024, tornou-se possível a venda do Novo Banco e que este pague já dividendos.
A Lone Star anunciou para este ano a venda de parte do banco em bolsa e um plano de distribuição de dividendos para tornar a instituição atrativa para os investidores.
Esta segunda-feira, a assembleia-geral do banco aprovou uma redução de capital de 1.100 milhões de euros, a ser distribuído pelos atuais acionistas.
Tendo em conta que o fundo norte-americano Lone Star detém 75% do Novo Banco, este deverá receber 825 milhões de euros. Já o Estado português deverá receber 275 milhões de euros pois detém 25% do capital.
O banco disse, no comunicado, que aquele foi "o primeiro passo do plano para distribuição superior a 3.300 milhões de euros aos acionistas num horizonte de três anos".
Em indicadores de capital, o Novo Banco tinha em março um rácio CET1 de 16,0%, já considerando a redução de capital feita e a incorporação de 40% do resultado líquido do primeiro trimestre de 2025. Excluindo estes dois fatores, o rácio CET1 seria de 21,1%.
Para o banco, a sua capitalização "evidencia a capacidade de geração de capital do modelo de negócio do Novo Banco e a disciplina na alocação do capital".
Em fim de março, o Novo Banco tinha 4.213 trabalhadores, menos 32 do que há um ano. A rede comercial manteve-se com 290 balcões.
O Novo Banco não faz conferências de imprensa desde que, em 2022, a presidência executiva foi assumida por Mark Bourke.
Notícia atualizada às 09h31
