O recuo de 9,1% nos lucros dos CTT é justificado pelo presidente da empresa com o abrandamento de 6,5% nas receitas.
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No ano passado, os rendimentos operacionais fixaram-se nos 711,7 milhões de euros, menos 49 milhões do que em 2011.
A empresa refere ainda que «a par das pressões estruturais sobre o setor (impacto do uso de novas tecnologias de comunicação) e do ambiente económico adverso, a liberalização gradual do mercado e a pressão para a redução de gastos nos grandes clientes empresariais estiveram na base da redução dos rendimentos».
O negócio do correio representa 2/3 da actividade dos CTT.
O impacto da crise económica e financeira atingiu todos os negócios e fez com que o tráfego postal recuasse 8,8%.
Já a actividade internacional e de expresso dos CTT está a crescer. A operação em Moçambique aumentou 42%. E este ano um dos objectivos da empresa passa por continuar a apostar na internacionalização e procurar novos mercados.
Questionado sobre o assunto, na apresentação de resultados, o presidente da empresa não quis avançar com mais detalhes.
Na conferência de imprensa , Francisco Lacerda fez questão de sublinhar o sucesso do plano de redução de custos. Em 2012, os Correios conseguiram um corte face a 2009 de 110,1 milhões de euros o que contribuiu para um crescimento do EBITDA de 6,1%. «A redução de gastos operacionais foi mais forte que a quebra de rendimentos», disse o presidente dos CTT.
A maior fatia dos cortes foi conseguida através da diminuição dos encargos com pessoal (39,7 milhões de euros) nomeadamente através da eliminação do subsídio de férias e de Natal, imposto à função pública e às empresas do Estado em 2012. Outra medida foi a redução em 4,5% do quadro de pessoal. No final do ano passado, os CTT empregavam 13.167 pessoas, número que compara com os 13.836 de 2011.
Francisco Lacerda diz que não houve despedimentos , que a maioria das pessoas se reformou e que as restantes tinham contratos a termo.
O presidente dos CTT não quis falar sobre a privatização, mas confirmou que o processo «arranca formalmente neste trimestre e estará pronta até ao final do ano».