Carlos Carvalhas lembra que Portugal não é autossuficiente na produção de fruta, apesar de ter muito potencial para crescer, especialmente com as espécies de maçã autóctones.
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Carlos Carvalhas defende que Portugal deve apostar na produção de maçã, para potenciar a economia do interior do país. No espaço de comentário semanal na TSF, "A Opinião", Carvalhas notou que Portugal está muito longe de ser autossuficiente em relação à produção de fruta, tendo, no entanto, condições para aumentar em larga escala a produção.
O economista partiu do exemplo da maçã da aldeia de Esmolfe, em Penalva do Castelo, no distrito de Viseu, para realçar o potencial da fruta portuguesa. A maçã-bravo de Esmolfe é, sublinha Carlos Carvalhas, uma maçã com "cheiro, sabor e suco peculiares" e que, por apresentar estas características, acabou por ser disseminada em várias outras regiões.
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Carlos Carvalhas recordou que, apesar de ser autossuficiente em ramos da agricultura como a produção de azeite ou de vinho, há outras áreas, como a produção de fruta, em que Portugal não o é, apesar de ter muito potencial.
O antigo secretário-geral comunista lembrou que, nos últimos anos, o valor das importações de gruta tem sido superior na ordem das centenas de milhões de euros.
Carvalhas fala na necessidade de uma estratégia para a maçã, que passe pela povoação e desenvolvimento do interior do país (em particular da região de montanha, que tem boas condições para o desenvolvimento da maçã), de uma aposta nos seguros agrícolas e no apoio ao cooperativismo.
O economista considera que os planos de desenvolvimento regional só têm reproduzido as desigualdades no interior e referiu a importância de "aumentar a fasquia". "Portugal tem centenas de maçãs autóctones que são fantásticas", sublinhou.