"Magra e pequena, ainda não dá para assar." Sardinha em Olhão vendida a cinco euros o quilo
A pesca da sardinha reabriu esta segunda-feira
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De cerca de setenta bancas que existem no mercado de Olhão, Humberto Silva tem a única que se encontra a vender ao público esta segunda-feira. Habitualmente as segundas-feiras são dias em que o peixe à venda é residual e depois de um domingo de Páscoa, foram poucos os barcos a sair para o mar. Mas, mesmo assim, para assinalar o primeiro dia em que se pôde pescar sardinha, o vendedor comprou duas caixas com cerca de 20 quilos. No entanto, admite que é preciso esperar ainda algum tempo para as colocar nas brasas. As sardinhas que vieram hoje nas redes ainda estão magras e pequenas. ”Dá para fritar ou alimar, mas para assar não”, garante. “Mais um mesinho. Começa-se a comer sardinha lá para o S. João”, adianta.
A clientela também não está a ser muita, apesar de haver sempre quem queira provar um petisco que esteve arredado dos pratos durante quatro meses. Humberto já vendeu sete quilos para um restaurante.
Hélder, que já foi pescador e se encontra junto a esta banca no mercado, defende que se devia dar tempo para o peixe engordar. “Nem deviam apanhar, mas o pescador é assim, se puder trazer o mar todo para terra de uma só vez, traz”, diz com conhecimento de causa. No entanto, o amigo que o acompanha discorda e lembra os dias de tempestade que não deixaram os barcos sair para o mar. ”És o mestre de um barco e precisas de fazer dinheiro e estiveste um mês e meio sem poder ir ao mar, aparece-te uma janela de oportunidade e vais lá fora”, argumenta. “E há sempre o desejo das pessoas comerem sardinha”, adianta.
O negócio acaba por falar mais alto e, se não vem gordinha, vem mais magra nas redes, mas há sempre quem a queira comprar. Humberto Silva está a vendê-la a cinco euros o quilo, mas tudo depende da lei do mercado. “Já tenho vendido a oito, a nove euros, mas também a um ou dois euros, se houver muita quantidade é mais barata”, garante.