Mais 13 milhões de investimento em automação a caminho do novo centro logístico de Almeirim
O anuncio foi feito pelo diretor do novo centro logístico do Mercadona em Almeirim na cerimónia de inauguração. O grupo retalhista espanhol quer trazer para Portugal, processo de automação que tem estado a testar em Espanha e poderá significar num futuro breve mais criação de emprego na região do ribatejo.
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Sem adiantar quantos postos de trabalho pode significar o investimento em processos de automação no novo centro logístico de Almeirim, Artur Silva anunciou que esse será o próximo investimento da retalhista espanhola naquela que é a sua maior plataforma logística da Península Ibérica. Serão mais 13 milhões a juntar aos 290 milhões investidos no projeto que já criou 630 postos de trabalho, mas deverá trazer mais uma leva de emprego à região, quando forem implementados novos sistemas de automação de processos, já a serem testados em Espanha e seguidos de perto por outros operadores europeus.
“Quero anunciar, pois que não ficámos por aqui, vamos trazer automatização, portanto temos previsto já um investimento futuro também de mais aproximadamente 13 milhões de euros, para dar melhores condições de trabalho e ter mais eficiência no nosso dia a dia.”
Na inauguração do complexo em Almeirim, erguido em menos de 5 anos, o ministro da economia e coesão admitiu “ser um bom exemplo da luta contra a burocracia” e o autarca questionado pela TSF sobre a forma como foi conduzido o processo de instalação, respondeu, “Eu diria mesmo que somos chatos. Na prática, andámos atrás das coisas. Chateámos quem tínhamos que chatear, porque às vezes é tão importante como dizer o que pode ser, é dizer - isto não - E então, não perdemos tempo.”
No discurso feito para convidados, Pedro Ribeiro sublinhou que do lado da autarquia, este foi um projeto conseguido, com o máximo empenho de todos, em especial dos técnicos da câmara, que trabalharam quase dia e noite e nunca desistiram mesmo perante eventuais adversidades administrativas e que também ajudou o facto do operador estar mais preocupado com os prazos administrativos de execução, do que com as obrigações fiscais ou financeiras.
A empresa ocupa agora mais de 120 mil metros quadrados, com aquela que diz ser a maior plataforma logística da Península Ibérica e por arrasto já levou à instalação na vizinhança, de outras empresas parceiras. O caso de uma grande transportadora de referência no país, o grupo Paulo Duarte, bem como, outros pequenos negócios que, direta ou indiretamente trabalha com a Mercadona e se querem instalar no concelho, estando um número indeterminado ainda, em fila de espera, depois de submeterem pedidos de autorização ainda em fase de apreciação por parte da autarquia.
Os primeiros contatos entre Portugal e Espanha foram feitos durante o período da pandemia e em menos de 5 anos, o projeto foi executado, sendo por isso, considerado exemplo de como se pode dar a volta à burocracia, quando há agregação de vontades e trabalho conjunto entre publico e privado.
Aliás, na intervenção que fez na cerimónia inaugural, Manuel Castro Almeida não descartou a hipótese de, em breve, o governo mexer na legislação de forma a haver maior agilização de processos de licenciamento, à semelhança do que acontecei com a lei dos solos.
E acrescentou: “Quando chegar a hora de começar a cortar este ou aquele parecer, vamos dispensar esta licença, vamos dispensar aquela vistoria, vamos dispensar aquela aprovação e em vez de exigir uma licença, vamos exigir um termo de responsabilidade ao técnico que diga, eu responsabilizo-me pela qualidade desta obra e isso poder dispensar mais um licenciamento, quando isto começar, vai haver muita gente que vai ficar descontente.”
Sobre o reforço do investimento, será a prova de como a Mercadona está focada na continuação do investimento em Portugal, prevendo abrir mais 150 lojas, mas também, empenhada em melhorar as condições de trabalho das pessoas, acrescentou Inês Santos, a diretora de relações institucionais, “hoje temos aqui 630 colaboradores, portanto foram 630 postos de trabalho todos preenchidos. Há ainda 50 que foram pessoas que se puderam promover internamente na empresa, portanto também dando perspetivas de carreira, para ter então essa progressão, o que também é um ótimo sinal".
Com mais de 400 cais de embarque de produtos, este centro terá capacidade de abastecer todo o sul da península ibérica, desde o Algarve à Andaluzia, mas agora, Pedro Ribeiro, o autarca de Almeirim em final do ultimo mandato e candidato do PS à câmara do concelho vizinho de Santarém, pede ao Mercadona, para numero simbólico, não esquecer de abrir uma loja em Almeirim, para satisfazer os pedidos da população local, que prefere ir às compras à porta de casa, em vez de se deslocar a outras localidades vizinhas, quando escolhe ir a um supermercado com a sigla Mercadona.
