Mais alojamentos, equipas de rua, saúde mental e plano de emprego: Governo apresenta estratégia para sem-abrigo
António Leitão Amaro afirma que a situação de sem-abrigo é "um fenómeno preocupante, que deve mobilizar a população portuguesa"
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Criação de um sistema de alerta de fatores de risco, aumento dos alojamentos, criação de um plano de emprego e o reforço das equipas de rua e cuidados de saúde mental: estas são as medidas que constam no novo plano de ação para diminuir o número de pessoas em situação de sem-abrigo, apresentado esta quarta-feira pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
As medidas, que foram anunciadas após o Conselho de Ministro, têm como objetivo na prevenir, melhorar o acompanhamento, reforçar os apoios e motorização das ações executadas.
António Leitão Amaro anunciou por isso, em declarações aos jornalistas, a criação de um sistema de alerta e prevenção dos fatores de risco, através de uma "plataforma de dados" que permite a identificação deste fenómeno "que é nacional": "Certamente mais concentrado na Área Metropolitana de Lisboa, mas é um fenómeno que atinge todo o território."
Avançou ainda que serão aumentados o número de alojamentos para pessoas em situação de sem-abrigo, nomeadamente alojamentos de emergência, temporários e até mesmo na modalidade do 'Housing First'.
Argumentando que a "maior parte" dos sem-abrigo se encontram em situação de desemprego, o ministro adiantou que será criado um "plano pessoal de emprego", por entender que esta é "uma das condições essenciais" para ultrapassar esta problemática.
A par de tudo isto, deu também conta de um reforço das equipas de rua, assim como dos cuidados comunitários de saúde.
Leitão Amaro atirou ainda ao Executivo anterior, liderado por António Costa, lamentando a "falta de ação e até de execução de promessas de estratégias que tinham sido feitas". Garantiu, contudo, a nova estratégia apresentada esta quarta-feira tem "medidas concretas".
"Este plano de ação é para implementar em articulação com os municípios, dando-lhes flexibilidade para aplicarem as medidas e adotarem as suas próprias estratégias, mas com um controlo eestrito,regular e trimestral da execução", afirmou.
O governante esclareceu ainda que algumas das medidas já tinham sido anunciadas, mas ainda não tinham sido postas em prática, ao passo que outras serão reforçadas. Defende que esta ação é para ser "pensada e implementada" junto dos municípios, porque é "um fenómeno preocupante que deve mobilizar a população portuguesa".