Banco de Portugal revê em alta previsão de crescimento para 2018, colocando-a acima da estimativa do governo. Desemprego vai quebrar a barreira psicológica dos 8%, alcançando valores de 2008.
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O Banco de Portugal (BdP) estima um crescimento do Produto Interno Bruto de 2,3% em 2018 - uma décima acima da previsão do governo que calcula um aumento de 2,2% - e três décimas acima daquilo que o próprio regulador estimava no verão.
Para 2017 também há uma revisão em alta, para os mesmos 2,6% apontados pelo executivo. Assim como para 2019: nas últimas estimativas o BdP apontava para um crescimento de 1,8%, agora calcula 1,9%.
A revisão em alta das previsões para o próximo ano no boletim económico de dezembro é sustentada por uma melhoria de quase todos os componentes do PIB, com destaque para o investimento que deve crescer 6,1% em vez de 5,3%. O consumo privado e a procura interna sofrem revisões em alta ligeira, e o consumo público mantém o crescimento previsto de 0,6%.
O crescimento das exportações sofre uma queda de 6,8% para 6,5%, acompanhado por uma diminuição equivalente das importações, de 6,9% para 6,7%.
No mercado de trabalho há também melhorias expressivas desde as últimas previsões, feitas em junho.
O regulador acredita que será já em 2018 que o país vai ver o desemprego cair abaixo da barreira dos 8%: será de 7,8% em vez de 8,2% como estimado no último boletim, sendo necessário recuar a 2008 para encontrar um valor mais baixo.
Em 2020, calcula a instituição liderada por Carlos Costa, a taxa de desemprego estará nos 6,1% - a última vez que se verificou um valor menor foi em 2002.