Mais de 80% das exportações portuguesas para o Reino Unido "continuarão isentas"
Ministro esclarece que algumas exportações passarão a estar sujeitas a direitos aduaneiros, mas não a maioria das empresas.
Corpo do artigo
Pedro Siza Vieira acredita que a saída do Reino Unido da União Europeia não vai interferir nas taxas aduaneiras de grande parte dos produtos portugueses que são exportados para o país. Ainda assim, o ministro Adjunto e da Economia admite que alguns dos bens exportados para território britânico terão de pagar taxas aduaneiras.
"Cerca de 84% das nossas exportações para o Reino Unido continuarão isentas de direitos aduaneiros na chegada ao ao país", explica. Porém, "23% das nossas exportações passarão a estar sujeitas a direitos aduaneiros e dessas cerca de 50% direitos aduaneiros entre um e dez por cento, o resto pode ser superior", esclarece o ministro.
Siza Vieira chama a atenção para a "linha pautal dos veículos automóveis e suas componentes - que vale cerca de 100 milhões de euros por ano - passará a estar sujeita a direitos aduaneiros".
O governante reconhece que há setores bastante apreensivos, mas recorda que foi aprovada uma linha de crédito para apoiar as empresas portuguesas na adaptação a estas mudanças. Pedro Siza Vieira sublinha ainda que há vários investidores estrangeiros que tencionavam fixar-se no Reino Unido e que têm optado por Portugal, como é o caso de várias tecnológicas e alguns grupos do setor da banca.
Questionado pelos deputados da Comissão de Assuntos Europeus, onde foi ouvido, o ministro Adjunto e da Economia garantiu que "os direitos da comunidade portuguesa no Reino Unido são uma prioridade do Governo".
Pedro Siza Vieira admite que "a última palavra" é do Governo de Londres, mas salienta ter todas as razões para acreditar que os direitos dos emigrantes portugueses naquele país vão ser mantidos.
"Do lado do Reino Unido existem afirmações e compromissos de que os direitos dos cidadãos europeus que eram residentes no Reino Unido à data em que o Brexit tiver efeito vão manter todos os seus direitos", realçou, esclarecendo que tem havido esclarecimentos dentro da comunidade portuguesa para "explicar quais os passos que devem tomar para terem a segurança de que a situação é conhecida das autoridades para não ser posto em causa o seu estatuto de residente ou permanência no Reino Unido antes de 29 de março".
Durante a audição, o ministro referiu ainda que podemos estar perante "um cenário de hard hard brexit", daí que o Governo esteja a tomar inúmeras medidas nos vários setores. "Os estados membros da UE têm vindo a preparar planos de contingência tendo em conta os diferentes cenários que poderiam ocorrer", assegurou.