Mais de metade dos desempregados no 1.º trimestre continua sem emprego nos três meses seguintes
Pelo contrário, do total de pessoas que estavam desempregadas no primeiro trimestre de 2024, 28,5% encontraram trabalho
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Mais de metade (52,8%) dos desempregados no primeiro trimestre deste ano continuava sem emprego no segundo trimestre, tendo 28,5% encontrado trabalho, divulgou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo as "Estatísticas de fluxos entre estados do mercado de trabalho", do total de pessoas que estavam desempregadas no primeiro trimestre de 2024, 52,8% (195,1 mil) permaneceram nesse estado no segundo trimestre de 2024, 28,5% (105,3 mil) transitaram para o emprego e 18,7% (69,2 mil) transitaram para a inatividade.
Já do total de pessoas que estavam empregadas no quarto trimestre de 2024, 96,9% (4901,1 mil) permaneceram nesse estado no segundo trimestre de 2024, enquanto 1,2% (60,8 mil) transitaram para o desemprego e 1,9% (97,5 mil) passaram para a inatividade.
Como resultado, o fluxo líquido do emprego (total de entradas menos o total de saídas) foi de sinal positivo e estimado em 40,5 mil pessoas, enquanto o fluxo líquido do desemprego foi negativo em 37,6 mil pessoas, com o total de pessoas que transitaram para o desemprego (136,9 mil) a ser inferior ao total das que saíram desse estado (174,5 mil).
Por sexo, estima o INE que 31,3% (52,8 mil) dos homens desempregados e 26,2% (52,5 mil) das mulheres desempregadas transitaram para o emprego no segundo trimestre deste ano. No mesmo período, 15,6% (26,3 mil) dos homens e 21,4% (42,9 mil) das mulheres no desemprego transitaram para a inatividade.
Do primeiro para o segundo trimestre deste ano, 35,3% (87,3 mil) dos desempregados de curta duração e 18,1% (24,5 mil) dos inativos pertencentes à "força de trabalho potencial" transitaram para o emprego.
No mesmo período, passaram para um trabalho por conta de outrem 9,3% (65,9 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta própria e 25,0% (92,3 mil) das pessoas que se encontravam desempregadas.
Os dados divulgados esta quarta-feira indicam também que, do total de trabalhadores por conta de outrem que no primeiro trimestre tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato, 23,7% (166,9 mil) passaram a ter um contrato sem termo no segundo trimestre.
Já do número de pessoas que no primeiro trimestre tinham um emprego a tempo parcial, 18,0% (77,4 mil) passaram a trabalhar a tempo completo no trimestre seguinte.
A percentagem de pessoas que permaneceram empregadas entre o primeiro e o segundo trimestres, mas que mudaram de emprego, fixou-se em 3,2% (159,2 mil), tendo diminuído 0,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e 0,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023.
No mesmo período, 3,8% (185,3 mil) das pessoas que permaneceram empregadas continuaram a ter dois ou mais empregos e 2,1% (102,2 mil) das pessoas que tinham um emprego passaram a ter dois ou mais empregos, correspondendo a aumentos de 0,4 e de 0,2 pontos percentuais face ao trimestre anterior, respetivamente.
Do total de jovens dos 16 aos 34 anos que, no primeiro trimestre, não estavam empregados, nem em educação ou formação (NEEF), 20,9% (44,4 mil) transitaram para o emprego, enquanto 17,6% (37,6 mil) passaram a frequentar um nível de escolaridade ou formação no segundo trimestre de 2024.
Em ambos os casos, verificou-se um aumento, de 0,8 e de 2,6 pontos percentuais, em comparação com o trimestre anterior, respetivamente.
Os resultados do primeiro trimestre, divulgados pelo Eurostat a 13 de junho passado, relativos aos fluxos entre estados do mercado de trabalho da população com idade dos 15 aos 74 anos, indicam que transitaram para o emprego 26,0% das pessoas que em Portugal estavam desempregadas no quarto trimestre de 2023, sendo este valor superior em 3,0 pontos percentuais ao da União Europeia (23,0%).