Apenas 52 lotes de madeira foram comprados, dos 114 que estavam para venda em leilão.
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O Estado conseguiu amealhar apenas 2,85 milhões de euros, esta quinta-feira, no segundo leilão de madeira queimada do ano, resultante dos incêndios de 2017. A tutela esperava arrecadar 4,4 milhões com a venda de mais de 1 milhão de árvores.
Dos 114 lotes de espécies que estavam para venda, foram comprados 52. Só no Pinhal de Leiria, estavam para alienação 15 parcelas, das quais 5 acabaram compradas.
O que mais rendeu foi um lote com mais de 9.600 pinheiros, que foi arrematado por 450 mil euros, sendo que a base de licitação era de 295 mil euros. Na mata nacional, estava à venda um terreno bem maior, com mais de 57 mil árvores ardidas, mas que ninguém quis comprar.
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Os madeireiros contestam o preço da matéria-prima. O empresário Paulo Silva, de Braga, garante que para quem é do Norte "fica muito mais barato comprar em Espanha".
Avelino Reis também critica o preço cobrado pelo Estado. Comprou três lotes, por 76 mil euros, para produzir paletes. "Vi aqui madeira queimada, principalmente a que vai para as serrações, a ser vendida mais cara do que se fosse verde. As pessoas estão com medo de não haver praças [para compra] a curto prazo", diz.
Avelino e Paulo, dois dos poucos madeireiros que aceitaram falar para a TSF, queixam-se ainda dos critérios usados pelo Estado nesta venda. Afirmam que a tutela alienou por amostragem e que, caso os lotes tenham menos pinheiros do que o esperado, ninguém se responsabiliza.