No fecho da Cimeira Ibérica, António Costa mostrou otimismo num novo crescimento da economia este trimestre e lembrou que a situação atual do país é muito diferente da de 2011.
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O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta terça-feira que faz "pouco sentido" que as agências de 'rating' mantenham a notação de Portugal "como se nada tivesse acontecido desde 2011" na situação económica e financeira do país.
"É manifesto que a situação hoje em Portugal é muito diferente da situação de 2011. Manter a avaliação do 'rating' hoje como se nada tivesse acontecido desde 2011 faz pouco sentido", disse o chefe do Governo, no final da cimeira entre Portugal e Espanha que decorreu entre segunda-feira e hoje em Vila Real.
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A recomendação de Bruxelas de que Portugal saia do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) "só reforça esta ideia", prosseguiu António Costa, valorizando que a Comissão Europeia reconheça que "há confiança na economia portuguesa".
"Temos hoje um sistema financeiro estabilizado, estamos a crescer com um ritmo muito acentuado (...) todos os sinais que temos é que este trimestre vamos acelerar outra vez o nosso crescimento", prosseguiu o primeiro-ministro, para quem não será uma surpresa um evoluir positivo da posição das agências de 'rating' sobre Portugal.
Hoje, também o comissário europeu dos Assuntos Económicos considerou que o desempenho económico de Portugal, que já resultou na saída do PDE, merece uma avaliação mais positiva por parte das agências de notação financeira.
Ressalvando que "não cabe à Comissão Europeia falar diretamente com as agências de notação", Pierre Moscovici, que respondia a uma questão do eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira, sobre se Portugal poderia esperar uma subida do 'rating' após ter saído do PDE, disse que aproveitava a questão para passar a sua mensagem de que "o que se passa em Portugal merece ser olhado de forma positiva e os desenvolvimentos devem reforçar a confiança em Portugal".
O comissário francês reforçou que a saída de Portugal do PDE, decidida na semana passada pelo executivo comunitário, "recompensa os esforços importantes feitos por Portugal", e observou que, embora não tenham alterado a nota à dívida de longo prazo do país (que permanece em 'não investimento', ou 'lixo'), as agências de 'rating' constataram "uma orientação positiva".