As marcas alemãs estão a tomar de assalto o mercado mundial de pequenos carros, onde os analistas acreditam que vão estar ainda mais clientes devido à crise europeia, uma evidência na abertura do Salão Automóvel de Paris.
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A Volkswagen revelou o seu novo Golf VII com pompa e circunstância e a Opel, com grandes dificuldades financeiras nos últimos meses, apresentou o seu novo Adam, um carro compacto que pretende competir com modelos como o Citroen DS3 ou o Fiat 500, apostando numa estratégia agressiva e com um alto grau de personalização.
Na mesma senda estão as marcas 'premium' alemãs que, com modelos como o Audi A1, BMW Série 1 ou o Mercedes Classe A, estão a crescer fortemente nas vendas em todo mundo, 'roubando' mercado às chamadas marcas generalistas.
Segundo dados da consultora JATO Dynamics, entre 2001 e 2011, as vendas de pequenos carros das marcas 'premium' disparou para 47 por cento, sendo que a quota de mercado deste tipo de carros aumentou de 9,6 por cento para 15,8 por cento.
A consultora refere que este crescimento «foi, em grande parte, impulsionado por fortes vendas das marcas alemãs neste segmento».
Para o analista do banco alemão Nord/LB, Frank Schwope, este sucesso «está no fato de que as marcas alemãs terem investido em tecnologias altamente inovadoras e conseguiram construir uma imagem positiva por muitos anos».
Num contexto de aumento de preços dos combustíveis, Frank Schwope considera que os pequenos carros levam vantagem em relação aos carros familiares tradicionais, tornando-se mais eficientes.
O diretor geral da Peugeot, Maxime Picat, disse no Salão Automóvel de Paris, que a marca francesa não está «em concorrência direta» com as marcas 'premium', mas deve «mostrar as qualidades» da Peugeot e «permanecer vigilante».
Afetada pela crise económica, a Peugeot, por seu lado, também quer subir de segmento atingindo o mercado de luxo, reservado às marcas 'premium', já que «ficar somente na classe média não é uma solução», adianta Maxime Picat.