Marcelo Rebelo de Sousa faz defesa do "primado do privado" para o crescimento económico.
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O Presidente da República defendeu hoje um grande "consenso nacional" pelo crescimento económico, depois do consenso do controlo das contas públicas, e alertou que esse crescimento só é possível com "o primado do privado".
"O Estado sabe que só há crescimento económico em Portugal com o primado do privado", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa a uma plateia de empresários, no encerramento do 6.º Congresso da Indústria Agroalimentar, no Convento do Beato, em Lisboa, que elogiou pela capacidade de resistência deste sector durante a crise.
Num discurso, e com o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, do Governo socialista, a assistir, Marcelo afirmou que o Estado sabe que esse "primado do privado" tem, "sem dúvida, contributo dos trabalhadores, mas exige uma liderança empresarial".
E nessa "liderança empresarial", o Presidente entende que deve existir "uma colaboração crescente com as instituições da sociedade civil" que lidam com o conhecimento, a inovação, a ciência e o desenvolvimento económico".
Ao longo de quase 20 minutos, em que voltou a apresentar-se como "um otimista realista" e "um realista otimista" e presidente de todos, do Governo e da oposição, Rebelo de Sousa fez a defesa de um "consenso esmagadoramente nacional" entre as forças políticas e sociais a favor do crescimento da economia.
Portugal precisa de estabilidade política, institucional, legislativa, fiscal, laboral, enumerou, diretamente relacionado com "o cerne da confiança", é preciso "trabalhar duradouramente" nesse esforço e aí "não pode haver quaisquer recuos".
"Qualquer recuo anula vários avanços e nós não nos podemos permitir o luxo de qualquer recuo. Naquilo que depender de nós, portugueses, não nos podemos permitir esse recuo", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa deu o exemplo e afirmou sentir-se "muito bem" no encontro de empresários agroalimentares, pelo seu "exemplo de resiliência" durante a crise económica dos últimos anos, pela sua aposta "no investimento, nas exportações" na modernização do setor.
De resto, o Presidente da República recordou que 2016 foi um ano de emergência, com a necessidade de controlo das finanças e do défice e de "desatar nós" no sistema financeiro, e para ultrapassar as desconfianças externas de quem queria investir no país.
O 6.º congresso da indústria agroalimentar foi organizado pela Federação Portuguesa das Industrias Agroalimentares, em que esteve em discussão o futuro deste setor.