
O ministro das Finanças Mário Centeno discursa na cerimónia de apresentação pública dos novos membros do conselho de administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) os vice-presidente e vogal do conselho de administração Gabriela Figueiredo Dias Filomena Oliveira e Rui Pinto (ausentes na foto) no Ministério das Finanças em Lisboa 30 de novembro de 2016. JOÃO RELVAS/LUSA
João Relvas/Lusa
Na tomada de posse da nova presidente da CMVM, Gabriela Dias, o ministro das Finanças pediu maior atenção à proteção dos investidores.
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O ministro das Finanças quer uma maior coordenação entre o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
As declarações de Mário Centeno foram feitas na cerimónia de tomada de posse da nova presidente da CMVM, Gabriela Dias, e surgem depois de, nos últimos anos, as duas instituições nem sempre terem estado alinhadas.
O episódio mais visível do desalinhamento entre a CMVM liderada por Carlos Tavares e o Banco de Portugal de Carlos Costa foi o do papel comercial do Grupo Espírito Santo. Os dois reguladores da banca e dos mercados remeteram um para o outro a responsabilidade de encontrar soluções para os lesados. Tavares chegou mesmo a propor uma solução, mas Carlos Costa chumbou-a.
Mário Centeno não referiu esse caso em concreto mas será esse tipo de situação crispada que não quer ver repetida. Os dois reguladores, diz o ministro, não podem andar de costas voltadas e daqui em diante CMVM e Banco de Portugal têm de andar de mãos dadas.
Já Gabriela Dias, a nova presidente da CMVM, antecipou muito trabalho pela frente e reconheceu que no complexo mundo financeiro de hoje há produtos que nem sempre são adequados aos perfis dos investidores que querem atingir.