O novo ministro com a pasta da energia deixou esta sexta-feira, na sede da EDP, as principais ideias que vai desenvolver ao longo do seu mandato.
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Num primeiro discurso, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes, quis explicar o que era a transição energética e deixou claro aquilo que não quer vir a ser enquanto governante.
O ministro da Transição Energética recusa ser apenas o governante das rendas excessivas.
"Entre CESE, CAE e CMEC parece fazer-se a discussão do sector da energia; não trago por pudor essa discussão para dentro da sala porque o que temos que fazer é muito mais do que isso. Chega de discutir a fruta da época quando o desafio é desta grandeza no setor da energia". A sala de que fala Matos Fernandes é na sede da EDP, em Lisboa, e foi lá que o governante disse aquilo que pensava sobre energia.
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Para o ministro, "a transição energética é sinónimo de descarbonização, não é sinónimo de rendas excessivas. É a produção de energia a partir de fontes renováveis, acompanhada da eficiência energética na produção de calor e de frio e da eletrificação do setor dos transportes".
Matos Fernandes só quer ouvir falar da produção de energia a partir de fontes renováveis e para isso pede o apoio das empresas como a EDP.
"Para quem produz, como é o caso da EDP, tendes mesmo que investir assumindo riscos de mercado que caberá ao Estado saber minimizar pois está em causa o superior bem público", defende.
O ministro oferece às empresas a almofada do Estado e defende que "aumentar a incorporação de renováveis é dar garantias de estabilidade aos preços. A água o vento e o sol não têm preços flutuantes", assume Matos Fernandes.
A meta do ministro é o ano 2050. "Em 2050 mais de 95% da energia elétrica produzida terá de provir de fontes renováveis e os transportes rodoviários terão que ser 100% elétricos, com pilhas a hidrogénio e marginalmente movidos a biocombustíveis".
Um esforço que pode ser bom para a riqueza nacional "se pensarmos que o setor eólico criou em Portugal dois mil novos postos de trabalho e foi em 2017 responsável por 400 milhões de euros em exportações percebemos bem como pode o setor ser importante para a economia", argumenta.
Por fim, Matos Fernandes deixa um recado: "penalizar fiscalmente a produção de energia elétrica e de calor a partir de combustíveis fosseis é um caminho sem regresso".
O discurso do ministro foi feito na cerimónia de apresentação do projeto eólico offshore WindFloat que é coordenado pela EDP e recebe financiamento Europeu.
Este parque eólico em mar alto vai ficar ao largo de Viana do Castelo.