Medidas aplicadas não garantem sustentabilidade de sistema português de pensões, diz OCDE
A OCDE propõe o aumento da idade da reforma para os 67 anos ou mais, contudo, o economista Jorge Bravo diz que Portugal já parcialmente fez esse caminho de aumento da idade da reforma.
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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento na Europa considerou que as medidas aplicadas por Portugal nos últimos cinco anos afinal não garantem a sustentabilidade do sistema público de pensões.
A OCDE recomendou ainda que Portugal aumente a idade da reforma para os 67 anos ou mais e incentivou a que se façam planos privados de pensões.
Este organização entende que Portugal cumpre apenas dois dos sete parâmetros para a sustentabilidade do sistemas de segurança social.
Contudo, na opinião do economista Jorge Bravo, Portugal, que não precisa para já de fazer o aumento proposto pela OCDE, já fez parte desse caminho com a introdução do fator de sustentabilidade em 2007, um «mecanismo de aumento da idade legal da reforma».
«Se a esperança média de vida continuar a aumentar como se prevê, quem quiser reformar-se aos 65 anos já sabe que vai ter de contar com uma redução na pensão em resultado da aplicação desse fator», explicou este especialista.
Jorge Bravo adiantou ainda que a solução passa uma combinação entre elementos macroeconómicos como o crescimento económico, aumento da produtividade e o pagamento de melhores salários com várias medidas paramétricas.
Para este especialista, a alteração da idade da reforma «não resolve por si só o problema é apenas um dos elementos que está forçosamente em cima da equação quando estamos perante estas alterações demográficas tão significativas».