Merkel apoiará crescimento e emprego no sul da Europa se oposição votar Tratado Orçamental

Angela Merkel
A chanceler alemã quer negociar com a oposição programas de crescimento e combate ao desemprego no sul da Europa, em troca do voto favorável ao Tratado Orçamental no parlamento.
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A aprovação do tratado intergovernamental, que se destina a imporuma maior disciplina financeira nos países da moeda única, necessita de uma maioria de dois terços nas duas câmaras do parlamento alemão (Bundestag e Bundesrat), porque implica a cedência de direitos de soberania dos Estados subscritores.
A coligação democrata-cristã e liberal liderada por Merkel, que dispõe apenas de maioria absoluta no Bundestag, e perdeu, entretanto, a maioria no Bundesrat, só conseguirá esse desiderato com os votos favoráveis dos sociais-democratas do SPD e dos ambientalistas de os Verdes.
O ex-ministro das finanças Peer Steinbrueck, do SPD, confirmou ao jornal Rheinische Post que o pacote negocial do seu partido para aprovar o Tratado Orçamental inclui, de facto, um programa de crescimento para países do euro menos competitivos e a braços com elevadas taxas de desemprego, além de um imposto sobre transações financeiras.
Merkel já deixou claro, no entanto, que não aceitará que o referido imposto seja implementado apenas em alguns países da União Europeia, e muito menos só na Alemanha.
Dado que vários países comunitários recusaram liminarmente taxar as transações financeiras, programas de apoios ao crescimento económico na Grécia, Portugal e Espanha pode tornar-se assim o ponto fulcral das negociações entre o governo e a oposição alemães para fazer passar o Tratado Orçamental no Bundestag e no Bundesrat.