A chanceler alemã, Angela Merkel, voltou hoje a recusar ajudas diretas à banca através do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), rejeitando assim o recente apelo apelo da diretora-geral do FMI, Christine Lagarde.
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«Nos tratados do fundo de estabilidade e do futuro mecanismo permanente de estabilidade determina-se que os parceiros dos Estados são os outros Estados», disse Merkel após uma cimeira informal, em Roma, com os responsáveis máximos dos governos da Espanha, Mariano Rajoy, da França, François Hollande, e da Itália, Mario Monti.
«Os fundos só foram criados nessas condições, e devem manter-se assim», disse a chanceler democrata-cristã, referindo-se ao anunciado resgate à banca espanhola.
«Não se trata de eu querer ou não querer, os tratados é que foram feitos assim, para que haja, simultaneamente, responsabilidade comum e controlo comum», prosseguiu Merkel, na conferência de imprensa realizada na capital italiana, após a cimeira das quatro maiores economias da zona euro.
«O Estado espanhol tem de garantir aos contribuintes alemães também que as coisas vão ser feitas como deve de ser, e pode impor, se quiser, condições aos bancos», sugeriu ainda a chanceler alemã.
A chefe do FMI, Christine Lagarde, tinha que haja «uma ligação direta» entre o FEEF, o MEE e os bancos, após uma reunião com os ministros das finanças da zona euro, hoje, em Bruxelas.
A Comissão Europeia apoia a proposta de Lagarde, mas os acordos em vigor, na interpretação de Berlim, não permitem uma ajuda direta aos bancos via FEEF ou MEE.
Na cimeira em Roma, o presidente francês François Hollande, voltou a defender a emissão de títulos conjuntos da dívida pública entre os países da moeda única, os chamados 'eurobonds' [obrigações europeias].
Berlim está contra esta solução, porque acha que os 'eurobonds', ao permitir que os países mais endividados da zona euro se financiassem a juros mais baixos, lhes retiraria estímulos para prosseguir a consolidação orçamental.
Esta opinião nãoo é partilhada por Paris e outras capitais europeias, como Hollande voltou a lembrar.