Este ex-ministro socialista das Obras Públicas entende que as «justificações avançadas» para estas mexidas «são de uma indigência intelectual e prática assinaláveis».
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O socialista João Cravinho considerou num «erro colossal» as mexidas que o Governo pretende fazer na Taxa Social Única, ao diminuir os pagamentos das empresas e aumentar as contribuições dos trabalhadores.
Este antigo ministro das Obras Públicas entende que a medida não foi estudada e que as «justificações avançadas são de uma indigência intelectual e prática assinaláveis, mesmo entre governantes muito atrapalhados».
Citando os estudos Eurofocus 2011, Cravinho recordou que os patrões português são os que «têm menor proporção», à escala europeia, no financiamento da Segurança Social, algo de que «ninguém fala».
À saída da Comissão Parlamentar de Inquérito às Parcerias Público-Privadas, este ex-ministro socialista defendeu ainda que o problema de competitividade portuguesa não passa pela baixa de salários, existindo sim «baixa qualificação tecnológica, má gestão empresarial, em muitos casos».
Cravinho, que se questionou se a ideia é Portugal concorrer com a China a nível de salários, elogiou a abrangência da manifestação de sábado, considerando que esta teria de acontecer mais cedo ou mais tarde de forma «controlada e civilizada» como aconteceu.